BALADA DAS PALAVRAS DOCES
Em cada linha que te escrevo, em cada verso
Faz-me sentir mais só, nesta noite tão longa e fria
Perdido nas doces palavras do teu universo
Deslumbro o toque do teu olhar no anoitecer
Minha boca seca morde o beijo, que tanto queria
Astrolábio incandescentes de emoções
Azimutes traçados na candura do meu querer
Rumos zingareados por entre as constelações
Habita em mim, segredos e sabores do teu ser
Melodia de doce mel, em suspiros de sensações
Já não sei o que sei, e não sei já quem sou
Já não sei o que digo e não sei por onde vou
Só digo o que sinto, sabor doce, mel e absinto.
Viajo no ocaso, por entre as cores do arco-íris
Nas gotas de orvalho que te escorre pelo rosto
Colhendo doce mel do teu olhar e palavras que te fiz
Salto no orbe de xisto em viagem alucinante
Nos aromas do teu corpo, baunilha, caramelo e mosto
Neste dardejar de um coração que sente e deseja
Universo dos meus versos nesse olhar fascinante
Alquimia conjugada, mistura de prata ouro e marfim
Em bebedeira cintilante de um astro que flameja
Por entre asas de querubins de verde jade e jasmim.
Já não sei o que sei, e não sei já quem sou
Já não sei o que digo e não sei por onde vou
Só digo o que sinto, sabor doce, mel e absinto
João Murty
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