Carlos Alberto Godinho

Carlos Alberto Godinho

Farmacêutico bioquímico, poeta

1963-10-11 Cascavel
3235
1
9

INSTANTE INEXPLICÁVEL

 

Adentro aquele salão iluminado

Nada havia de luzes incandescentes  

Apenas velas no candelabro, tochas fumegantes 

Eis que surge  um som semitonado

E como um balsamo penetrante

Invade da flamenca guitarra um dedilhado

 

Não sabendo se é sonho ou se é miragem

Pensamentos vão tomando vida

Pareço estar bailando em Andaluzia

Apaixono-me deixo-me levar pela viagem

Embriagado em meus braços a prometida

A cigana bailarina cuja face reluzia  

  

O sangue ferve, aflora em mim o meu gene Espanha

E nesse lúdico delírio, vou mergulhando

Ouvindo palmas da Catalunha, rítmicas e cadenciadas

Uma rosa rubra minha mão apanha

Que século estarei navegando?

Intruso ou não, faço parte dessa madrugada 

 

Hipnotizado dentro do olhar da espanhola

Pareceu-me que fosse  me tragar do futuro

Seduzido, como homem e a sereia poderosa

Resisto.  Vagarosamente volto a mim, obscuro

E da fração de segundo em que dançou as horas

Veio um rastro de batom e também a rosa

820
1


Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores