A Pedagogia do Erro

Em meu vasto ser me engano, as palavras florescem em fogo e cometo erros. 
Digo pesadas ofensas como rios que correm livres de limites.
E com a intensidade do coração que pulsa, tomo erradas decisões. 
Às vezes levado por forças que movem montanhas dentro de mim, 
Deslizo na desarmonia do nervosismo, na dança e vento da pressa, 
Floresce em mim as carências da racionalidade e prudência.

E eu me engano, uma, duas, mil vezes, cometo falhas repetidas, 
Situações que podem ser corrigidas, fatos que merecem reparação.
Mas erro e nesse pedregulho me encontro. 
Na falha, na navalha do arrependimento, encontro um traço da grandeza, 
Pois cada passo em falso me refaz.
E sinto na derrota uma nova fortaleza, rocha que construo refúgio.

Equivocar, errar é o caminho para além. 
Em cada erro há uma chama a brilhar, sou feito de fragmentos e de quedas, 
Caminho pelos tortuosos vales, na dor do engano, a vida também se revela.
Aceito o desafio do errante caminho e vejo nele a redenção. 
Errei, mas sou o que tracei meus passos, nele me ilumino.

Eis-me aqui, forjado em incessante fogo, moldado nas brasas dos equívocos. 
Ser efervescente em refazer caminhos, pois os erros elevam a grandiosidade.
Os erros nos transforma - a mim e a todos - em engrenagens transcendentais, 
Intimas do fracasso, parte fundamental de tatear e conhecer o mundo.

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