

Celso Ciampi
Mineiro de Juiz de Fora. Poeta, autor do livro "Minhas Faces", escrevo sobre o amor, a vida e de tudo um pouco. Membro convidado da Academia de Letras da Manchester Mineira. Participo do projeto "POESIA NA ESCOLA", fui selecionado para compor a antologia "POESIA BR!", em um concurso nacional.
SÓ A MORTE
Só me resta a morte,
Que ela seja rápida,
Para minha sorte,
E que eu não sofra,
Pois já sofri demais na vida,
Sem um dia de alívio,
Que ela seja bem-vinda,
E me mate com carinho.
E se eu morrer,
Que eu consiga o céu,
Pois já vivi no inferno,
Queimei meu couro para dedéu.
Espero que assim seja,
Que a dama da foice,
Não tenha peleja,
Eu juro que não resisto,
Principalmente se ela chegar a noite.
Descanso em paz os meus ossos,
Meu coração dilacerado terá paz,
Os meus olhos inchados do choro,
Nunca mais vão chorar.
Mas se a vida me sorrir,
Que ela seja bem melhor,
Eu até quero ficar aqui,
Sem sofrer, por favor!
Prometo que serei bom,
Até com quem me foi mau,
Não buscarei a vingança,
Nem agirei como um animal.
Se a vida me for boa,
Dispenso por hora a morte,
Juro, não estou preparado
Para essa terrível sorte.
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