O vento não sopra


O vento não sopra, 
sente-se somente o seu respirar 
a alma toca fria o seu lado perdido 
tentando fugir em direcção às luzes da rua 
que brilham mais intensamente 
mostrando o caminho 
como a querendo guiar

Na rua cai inanimada a verdade, 
as arvores esvoaçam seus braços 
e reproduzem sua vontade na sombra.

Um homem e uma mulher discutem algures no centro da sala 
enquanto um cão desfaz seus latidos em pranto

A lua remete ao esconderijo a sua cor 
nesta noite o seu brilho a ninguém contagia, 
perde-se no caminho 
e não chega a bater à porta
 

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