Só pra feira dos poetas
Eu tenho inveja de quem
tem amigo poeta
Se eu tivesse um só
amigo poeta
doava a ele toda minha
amargura
Ele faria doces
e os venderia em feiras
de poetas,
pois poetas, esses sabem,
pôr candura
na amargura
Não há poeta
que não curta
um doce amargo de mel. Vão à feira
e compram quilos
das mais amargas doçuras
Como não tenho a quem dar
eu a guardo na gaveta
(pois quem sabe
chegue o dia
que me promovam
a poeta?)
Tivesse a mão
mais soltura
eu até que me arriscava
criar doces
de amargura
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