Luzia Magalhães Cardoso

Luzia Magalhães Cardoso

Sou nascida e criada no Rio de Janeiro e a poesia entrou em minha vida, assim, meio como quem não quer nada e foi ocupando o espaço... Criando raízes...

1961-03-26 Rio de Janeiro
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Tormentos

Essa tristeza que me envolve, taciturna,
que me embriaga com um vinho tão amargo.
E essa água que me afoga e que eu trago,
que me atormenta, me fechando numa urna.
Então, enluto, no meu canto, sou noturna.
Lua minguada, já sem brilho, sem mais nada.
Eu sou a chuva, de uma estrada apavorada,
cujo lamento me arrasta e me enfurna.

Esvaziada, solitária em minha tumba,
vou me enterrando, cegamente, nessa lama.
Eu sou as cinzas que ninguém nunca reclama.
Dança maldita, descompasso nessa rumba.
Sou o inverno do inferno que me bumba,
que me tortura numa rouca solidão.
Louca agonia chega a mim pra dar vazão
a esse pranto que no chão me prende e chumba.

Luzia M. Cardoso
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Divinal! Poeticamente belo. Bravo!
19/abril/2017
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Luzia Magalhães Cardoso
Obrigada, Alma Gort! Muitas vezes os tormentos são mais poéticos que as calmarias. Beijos
08/agosto/2014
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Alma e Gort
O máximo em tormentas e beleza. Aplausos
23/julho/2014

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