Rabs

1988-06-08 São Paulo
30087
1
7

Cor Bordô

Sangra, tão vermelho sangue, que escorre do palanque
O qual caí outrora em descuido lento vento se fez relento
Me de traz mil sonhos que vejo, tão risonhos sonhos
Sonhos felizes com o cessar do fogo e o estancar de corpos
Que bóiam em rios de sangue feitos por tão simples porcos
Tais quais mascaram suas mentes sujas que tais ditas cujas
Sempre pensam em sangue, tão glorioso sangue
Se precioso brilho que deslumbra a tantos no sofrer alheio
Me mostra toda suja face no espelho
É por que vítima também posso me sentir

Quando os porcos criam asas, sujam todas nossas casas
E sujam ruas e também quintais, sujam crianças e os animais
Sujam lamentos e alegrias, sempre ditando as suas sangrias
De um poder sujo e denso, tenso, lenço vermelho bordô
Bordô tal sangue escorre embora estancado fora
Como tal aurora suja o céu antes azul tão resplandecente
Hoje um brilho em mente sem direção de se findar
E depois de tanto sangue derramado, porcos vão para seu lado
Afim de toda vossa alma sugar
E toda lama se transforma em sangue neste vento lento
Sopram as folhas de um fim tão amargoso e amoroso

Porcos são todos que se acham espertos, destroem desertos
Rodeiam você com meia dúzia de palavras encantadoras
Te encantam como uma serpente, infelizmente,
Você ainda canta e anda como se fosse uma tampa a se fechar
Eles fazem sua cabeça e o que quer que aconteça, eles querem mais
Vão sujar o seu vestido, te marcar como escolhido
Então será mais um à sua lista a entrar
Seja todo tempo, porcos estão em todo lugar, em casa, na rua, no altar
Veem como águias e escolhem suas presas, todas de surpresa
E é tão simplificado as devorar
Agora mais cuidado nesta esquina, porcos podem te pegar
E em cor bordô os vão pintar.
922
0

Mais como isto



Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores