Rabs

1988-06-08 São Paulo
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Agonia confusa

Ser sempre pálido ao alvorecer, alvo, sempre calmo enquanto o sangue escorre. Lágrimas caem sem eu querer, a dor é tão forte que não se importa ver, crer, crescer, andar. Minhas pernas não mais caminham contra o vento, pois estáticas se tornaram após a grande tempestade, que mesmo sem eu entender qual grande foi esta tempestade, assim me encontro caído, abatido, abalado, enciumado por algo que não existe, isso tudo eu apenas criei, agora me diz como desfazer? Somente vejo a sombra de minha cabeça baixa, meu sorriso não mais se encaixa nesta mera solidão. Foi tudo eu quem criou. Foi tudo eu quem criou. Foi tudo eu quem criei as aves que cantam e me cercam a cada manhã e que me tiram um aperto qual sem jeito me leva fingir. Como rosas me via a esperar que chegasse a luz, a luz que aos céus as conduz. Em vão tentei, me esqueci que caminhar não posso mais, no entanto, um pranto rolava interno, paterno, onde está o Pai? Sinto-me confuso e atraído, sinto-me desvalorizado e traído, mas porque ainda resta algo bom que me faça lembrar dos tempos bons que eu vivia a te amar? Não quero magoar mais ninguém, férias de mim mesmo já tirei, seria bela a manhã serena do fim de tudo isso que eu criei, pois foi eu quem criei, foi eu quem criou...
mas tudo vai se findar.
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