Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
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O Meu Tempo



O meu tempo esvai-se escorrendo impiedosamente e irreversível, ora docemente, ora amarguradamente transversal à risível existência.
Aqueles tempos imemoriais, ávidos intemporais absortos pelo momento singular emotivo e puro, lampejos arrebatadores do âmago intangível.
Aquele determinado quadro sensitivo apreciado, retido como um instantâneo e vivido num certo tempo preenchido do essencial, e hoje sonhado apenas como tal de tão especial, arrebatador, único e pessoal. Encarnação do personificado código primordial, talvez da felicidade.
Avulsos e raros momentos perdidos na imensidão da memória dos sonhos, num pesadelo vitalício de insignificâncias hoje inenarráveis, apagados eternamente nas frugais encíclicas incertezas do amanhã.

Lx, 16-8-2006
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