Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
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Vida Corrente




O correr dos dias,
Infinitos na juventude,
Precisos na plenitude,
Saudosos no ocaso.

Dias iguais vazios,
Novelas sem fim,
Com desfecho,
Há muito conhecido.

Dias nublados,
Dementes,
Tortuosos e fúteis,
Nunca esquecidos.

Dias de espanto,
A iludirem-se,
Com noites estreladas,
Puro engano.

Dias de sonho,
No princípio,
De enganos,
Pelo meio,
De tédio e dor,
Entretanto,
De alívio,
O último,
Por fim.

Lx, 22-5-2007
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