Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
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Tudo Deixei




Deixei de sorrir,
Deixei de chorar,
Deixei de ouvir,
Também de falar.

Deixei de contar,
Deixei de valer,
Deixei de perder,
Também de ganhar.

Deixei de amar,
Deixei de fugir,
Deixei de rir,
Também de sonhar.

Deixei a beira-mar,
Deixei o céu azul,
Deixei o sul,
Também o altar.

Deixei as aves voar,
Deixei os montados ao Sol,
Deixei as flores secar,
Deitei lume ao paiol.


Lx, 23-6-2007
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