Na escadaria do sobrado paulista

Lembro das escadas, do sobrado
Dos olhos parados no tempo
Do afago das mãos
Da cumplicidade esquecida
Pela impropriedade da esperança.
A espera era longa
Permeada pela ânsia
Do seu parecer repentino
Quase se desculpando pela demora.
Sentados nos degraus
Do sobrado paulista
Um quase esquecer da vida
Nada existia além do doce momento.
Saudades das mãos macias
E adornada nas unhas com cor rosa
Cabelos soltos, verdes olhares
Do oceano de desejos.
Com a música soando na sala
Cantamos esperança e sorrisos
Se escondendo pelo medo de ser.
Hoje só saudades
E a certeza que o ontem jamais existiu
A imagem ficou guardada
Para um dia, quiçá, ser real.

Licroceh Usalsolo
Outubro 2015
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