sinkommon

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Escrevo porque não tenho nada para dizer. Escrevo porque preciso. Não tenho mensagens nem respostas. Não faz sentido mesmo. E sim, são coisas 'esquisitas' porque eu não sei fazer outra coisa.

1992-10-22 Coimbra
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IRA

Como dizer como falar como expressar.
Expresso e pressiono nas têmporas,
temperos sem sono, sem sabor, sem ar.
Armários arfando exaustos das esporas
um bufar cavalar com o sangue a jorrar.

Ah, se pudesse, se soubesse, se quisesse,
se dissesse e em diamantes dementes,
dormentes, doces e refulgentes, e dormisse
durante anos, anos, anos, anos!
Sob o encanto mágico do medo (e da pieguice).

Antes, tão antes, tão longe, tão brilhante.
No medo enrolado, embolado, inconsciente,
dormente como que um monstro hibernante,
no frio incandescente a alma fechada,
uma fachada, jovem, cedo fermentada.

E agora aqui, agora aqui, aqui, explodem!
Como balas escaldantes as palavras
que com os dedos feios lavras.
Quente é o pecado, o quinto círculo,
onde vai essa emoção, esse coração(?)
(chamam-lhe assim, porque não?)
e que os risos fizeram ridículo.

Mas sabes que és capaz de amar, sabes
sabes, sabes, sabes, sabes!
Com tanta força que te perdes,
e te convences, a ti
a ti
convences
que não há nem haverá para ti
amor
amor, não para ti.
Ah, o teu peito cheio clama,
o amor explosivo que sentes
e gritas que amas!
Gritas que és capaz
és capaz de amar!
Mas
por ti só sentes ódio.
Por ti só sentes ódio.



07/07/2018
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