Pedro Paiva

Pedro Paiva

1962-06-29 Altos - Pi
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ARTE DE FAZER AMOR

Agora sinto queimar-me o peito
o fogo das dúbias paixões humanas.
Incendiando nossos corpos nus,
suados,
inuptos,
ilapsos
esputos,
provocantes,
ávidos,
vulgívagos
e instigantes
num roçar de peles
e de bocas estuantes,
lascivas,
êxprobas,
sôfregas
ofegantes.
Na cama, brutalmente, a gente se ama
e já no chão, animalescamente, a gente se devora, 
se assanha,
se morde,
se lanha,
e se arranha
nas loucuras de visceral paixão.
A gente se lambe,
se esvurma,
se esfrega
e se lambuza
em delírio total.
A gente se contorce,
se retorce
se rebuça
e se estrebucha
no clímax do prazer carnal.
...
Intermezzo
...
Engendram-se as cenas
do próximo ato:
nossos corpos desasidos
novamente se procuram.
Beijos quentes
em vulvas úmidas
decretam o fim da censura.
Rios de leite desaguam
na desembocadura de mel
e num cantinho da terra
a gente pinta um pedacinho do céu!

 

 

 

 

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