Depravação

Entre as doses de cachaça
Que bebo nesse bar fudido
Penso no meu filho de cinco anos
Mas também lembro da prostituta na esquina, e do psicopata a solta dessa cidade em que o delegado nunca o prendeu

Penso na mãe e seu filho
Atravessando a rua
E nos bêbados que tem carros
Nessa cidade
Ah, e bem lembrado hoje é domingo
A vizinha que estava para ser despejada
Por não pagar o aluguel
O pai que não paga pensão
Por não ter trabalho
Os meus amigos que foram assassinados
E dos meus irmãos que morreram no parto, no sobrado abandonado e os drogados, ladrões, traficantes e nos pais de família.

Nas belas moças que existem na cidade que tem fogo que nenhum bombeiro apaga, e só para lembrar não tem uma corporação, quando algo pega fogo os próprios moradores vizinhos jogam água pelo balde, nos poucos imediatos e enfermeiros e no único médico que aqui reside

Eu sei é uma cidade difícil por isso eu sigo nesse mundo louco e incrível
Vivendo o vazio sem prazer
Perdendo a humanidade que ainda exige em mim mesmo
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