

Mtlago
Sobre mim... Ideias sem fim! Letras, palavras, frases chamadas poesias, pairam sobre mim. Ordená-las vai muito além de mim.
1956-05-24 Braga
60546
5
12
A morte...
Apesar de ser a única certeza da vida, a morte ainda parece ser colocada em recantos onde não possa ser vista, falada e reflectida. Porém, ela inevitavelmente chega às nossas vidas e enfrentá-la requer juntar e digerir, dentro da gente, tudo o que ficou oculto, tudo o que evitamos por muito tempo.
Cada vez mais, a morte é excluída dos ambientes e da vida das pessoas. Quando eu era criança, a grande maioria das pessoas morria em casa e os corpos eram velados nas casas de família. Hoje, a morte quase que se confina tão somente nos hospitais e clínicas, lá longe de nosso cotidiano, longe das crianças, dos familiares, dos amigos. Longe do curso da vida. Daí ninguém pensa sobre as perdas e tem que lidar com elas de supetão, como algo inconcebível.
E cá estou eu, a reflectir novamente diante da partida dos meus pais, para a qual, como a maioria das pessoas, não está preparada. Eu amei minha mãe desde que abri os olhos, todas as minhas lembranças têm o meu amor por ela. Com meu pai foi diferente, foi um amor construído, lapidado, suado, maturado, conquistado, mas, nem por isso, foi menos verdadeiro, a nossa relação nem sempre foi tranquila. Puxando pelas memórias e com um olhar mais maduro, lembro-me na minha infância, sempre que eu estava com febre, de madrugada sentia a sua mão sobre a minha testa, para verificar se a temperatura tinha descido. Recordar o passado com um olhar mais maduro dá-me uma compreensão mais clara da importância deles (os pais) na nossa jornada...
Nada como o tempo, para trazer as verdades, apagar as dúvidas, consolidar o que foi bom. Entender que os pais me deram o que podiam e foram, o que possuíam dentro de si... É amor que continua, é luz que não se apaga, é eternidade afectiva...
Cada vez mais, a morte é excluída dos ambientes e da vida das pessoas. Quando eu era criança, a grande maioria das pessoas morria em casa e os corpos eram velados nas casas de família. Hoje, a morte quase que se confina tão somente nos hospitais e clínicas, lá longe de nosso cotidiano, longe das crianças, dos familiares, dos amigos. Longe do curso da vida. Daí ninguém pensa sobre as perdas e tem que lidar com elas de supetão, como algo inconcebível.
E cá estou eu, a reflectir novamente diante da partida dos meus pais, para a qual, como a maioria das pessoas, não está preparada. Eu amei minha mãe desde que abri os olhos, todas as minhas lembranças têm o meu amor por ela. Com meu pai foi diferente, foi um amor construído, lapidado, suado, maturado, conquistado, mas, nem por isso, foi menos verdadeiro, a nossa relação nem sempre foi tranquila. Puxando pelas memórias e com um olhar mais maduro, lembro-me na minha infância, sempre que eu estava com febre, de madrugada sentia a sua mão sobre a minha testa, para verificar se a temperatura tinha descido. Recordar o passado com um olhar mais maduro dá-me uma compreensão mais clara da importância deles (os pais) na nossa jornada...
Nada como o tempo, para trazer as verdades, apagar as dúvidas, consolidar o que foi bom. Entender que os pais me deram o que podiam e foram, o que possuíam dentro de si... É amor que continua, é luz que não se apaga, é eternidade afectiva...
375
0
Mais como isto
Ver também
Escritas.org