DEVOLUÇÃO
Bateram à porta de madrugada. Quem seria? E a chuva que não parava!
Eram quase duas horas da manhã. Descabelada e com cara de sono, foi atender à campanhia. Com medo, olhou pelo olho de vidro . A figura que viu era bem conhecida. Então, abriu a passagem para a pessoa entrar.
Roberto, seu ex-marido, estava angustido. Chorava como criança.
Como os homens são volúveis! Alice já tinha amado esse indivíduo. Moraram juntos vários anos e um dia, sem explicação, ele fez as malas e se mudou para o apartamento da Claudinha. Quanta mágoa e tristeza deixou em sua casa! Quantas horas em terapia ela gastou!
Mas, o destino é irônico. Quase dois anos após, ele bateu à sua porta para chorar porque a namorada o abandonou.
Roberto abraçou Alice. Alice o acolheu. A chuva aumentava e na rua a temperatura caÍa. Dentro da casa o calor era enorme. Os dois se beijaram. Rooupas voaram pela janela. A cama se agitou e o quarto flutuou a noite toda.
De manhã, ela olhou para ele e perguntou se já estava melhor. Ele assentiu. Um carinho enorme por ela brotou em seu peito. Confessou, entre tímidas e curtas frases, que sempre amou Alice.
Ela sorriu e, faminta, foi tomar café.
Durante um mês inteiro namoraram. Alugaram uma casa e voltaram a morar juntos. Estavam, aparentemente, com pressa em ser feliz.
Ela se mostrava apaixonada e ele, confuso, estava amando.
Os dias passavam e o romance dominava o momento.
Certa manhã, sozinha em casa, Alice fez as malas e foi embora, deixando um bilhete em cima da mesa.
Roberto encontrou o recado, sentiu uma pontada no peito, sentou no chão e, desconsolado, chorou. Chorou o choro mais amargo e dolorido já sentido. O mundo ruiu a seus pés. Sentiu, finalmente, que ela lhe devolvia toda a mágoa e a tristeza que um dia ele lhe dera.
Em um balcão de um bar do outro lado da cidade, Alice acendia um cigarro e comemorava. Tinha curado seu orgulho ferido anos atrás. Como era doce o sabor da vingança!
ANO: 1999
Eram quase duas horas da manhã. Descabelada e com cara de sono, foi atender à campanhia. Com medo, olhou pelo olho de vidro . A figura que viu era bem conhecida. Então, abriu a passagem para a pessoa entrar.
Roberto, seu ex-marido, estava angustido. Chorava como criança.
Como os homens são volúveis! Alice já tinha amado esse indivíduo. Moraram juntos vários anos e um dia, sem explicação, ele fez as malas e se mudou para o apartamento da Claudinha. Quanta mágoa e tristeza deixou em sua casa! Quantas horas em terapia ela gastou!
Mas, o destino é irônico. Quase dois anos após, ele bateu à sua porta para chorar porque a namorada o abandonou.
Roberto abraçou Alice. Alice o acolheu. A chuva aumentava e na rua a temperatura caÍa. Dentro da casa o calor era enorme. Os dois se beijaram. Rooupas voaram pela janela. A cama se agitou e o quarto flutuou a noite toda.
De manhã, ela olhou para ele e perguntou se já estava melhor. Ele assentiu. Um carinho enorme por ela brotou em seu peito. Confessou, entre tímidas e curtas frases, que sempre amou Alice.
Ela sorriu e, faminta, foi tomar café.
Durante um mês inteiro namoraram. Alugaram uma casa e voltaram a morar juntos. Estavam, aparentemente, com pressa em ser feliz.
Ela se mostrava apaixonada e ele, confuso, estava amando.
Os dias passavam e o romance dominava o momento.
Certa manhã, sozinha em casa, Alice fez as malas e foi embora, deixando um bilhete em cima da mesa.
Roberto encontrou o recado, sentiu uma pontada no peito, sentou no chão e, desconsolado, chorou. Chorou o choro mais amargo e dolorido já sentido. O mundo ruiu a seus pés. Sentiu, finalmente, que ela lhe devolvia toda a mágoa e a tristeza que um dia ele lhe dera.
Em um balcão de um bar do outro lado da cidade, Alice acendia um cigarro e comemorava. Tinha curado seu orgulho ferido anos atrás. Como era doce o sabor da vingança!
ANO: 1999
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