Teixeira de Pascoaes

Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, foi um poeta, escritor e filósofo português e um dos principais representantes do saudosismo.

1877-11-02 Amarante
1952-12-14 São João de Gatão, Amarante
11792
0
2


Alguns Poemas

Teixeira de Pascoaes é o nome literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, filho de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, agricultor abastado e deputado às Cortes, por Amarante, e de Carlota Guedes Monteiro. O pai era considerado homem de notável cultura e inteligência e um brilhante conversador, tendo tido profunda influência na orientação intelectual e espiritual do futuro poeta. Dos vários irmãos, um deles, João, de espírito irrequieto, viveu em África durante um longo período, tendo escrito as suas Memórias Dum Caçador de Elefantes. Pascoaes era de fibra diferente: «cabisbaixo, sisudo, com uns olhos tristes e espantados», nas suas próprias palavras, ficou-se pelas regiões do Marão, numa vida solitária, intensamente sintonizado com a Natureza. Assim descreverá o universo da sua infância: «um pobre campanário de pedra, cercado de três casebres e oliveiras, com um sino sentimental que chora todas as tardes e por todos os que morrem». Espécie de «silenciosa atalaia planetária», na expressiva fórmula de Sant'Anna Dionísio, Pascoaes fez o curso oficial no Liceu Nacional de Amarante, tendo partido para Coimbra em 1896, com 18 anos, para se matricular no curso de Direito, de que concluiu o bacharelato em 1901. Ainda antes da partida para Coimbra, publicara, no Porto, Embriões (1895). Durante o período de estudante dá à luz Bello (1ª parte), 1896, Bello (2ª parte), 1897, Sempre, 1898, e Terra Proibida, 1899, prenunciando estes dois últimos livros, como observará Jacinto do Prado Coelho, «o sonambulismo, o poder de colocar-se no centro subjectivo da vida e de não sair dele, o alheamento dos outros homens, a imaginação do abstracto, o sentimento religioso das coisas, que tornariam inconfundível a sua poesia». A vida coimbrã nada teve, no caso de Pascoaes, da protocolar estúrdia seguida pelos estudantes de então e de hoje, confinando-se o futuro autor de Elegia do Amor ao seu quarto, aos seus livros, aos seus papéis e às suas ruminações de homem que «não fora feito para este mundo», (Jacinto do Prado Coelho). «O seu coração», observa ainda Prado Coelho, «apenas devia palpitar pela virgem que nunca existiu e de que tem saudades, vaga aspiração de azul e de inocência. O verdadeiro amor de Pascoaes dirigia-se à natureza, ao silêncio, ao mistério, aos fantasmas. O mundo fantástico era o seu mundo». Em 1901 começa a exercer advocacia, em Amarante, abrindo escritório no Porto, em 1906. Em 1911 é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos, dando por finda, em 1913, a sua carreira judicial. Sobre esta sua experiência jurídica de dez anos e sobre o conflito omnipresente entre o poeta e o causídico, dirá mais tarde Pascoaes: «Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura do João de Deus». Entre 1912 e 1916 dirige a revista A Águia, porta-voz do movimento Renascença Portuguesa, na qual o poeta divulga a sua filosofia do saudosismo, a partir da qual pretende inculcar a saudade como «expressão superior da alma portuguesa», nas suas duas vertentes de lembrança e desejo.A sua vida, a partir desta data, pouco tem do relatável: chumbado ao Marão, «naquele cenário de aspectos roncos, alheio à comédia quotidiana da Terra dos homens meio anjos, meio demónios», (José Gomes Ferreira), postado face à grandiosidade às vezes lunar da paisagem e «perto dos deuses iniciais» (idem), Pascoaes dá-se todo à sua vida de iluminado interior, ao seu «verbo do princípio do mundo» (idem), ao seu espanto religioso, esquecido do mundo que o rodeia, alheio quase sempre ao seu tempo, prosseguindo um discurso poético hostil às mais depuradas conquistas modernas, como quem despreza – por isso, é desprezado – as guerrilhas e intrigas mais ou menos mundanas da nossa feira literária. «Teixeira de Pascoaes», dirá o seu «irmão» mais novo, Miguel Torga, «é o trágico aedo existencial da nossa condição de exilados da realidade, de encobertos no descoberto, de perseguidores de imagens». Desconfiado e mesmo hostil relativamente a Pessoa, que considerava pouco ou nada poeta, este último retribuiu-lhe, acusando-o de sofrer de pouca arte e prestando-lhe apenas «uma correcta deferência fria como a veneração que é devida aos grandes deuses mortos» (Jorge de Sena). De algum modo impregnado pelas vozes poéticas e díspares de Junqueiro e de António Nobre (que considerava, ironizando, a nossa maior poetisa...), Pascoaes difere deles, afinal, por construir, como observa Prado Coelho, «frases mais amplas, mais repousadas, ao sabor clássico» e por ser «quase sempre simples e directo, moderado nas metáforas, parece[ndo] anterior aos simbolistas pela claridade e pureza das formas». Voz de profeta bíblico, sem ascendência clara («Mal acabei de lê-lo, senti que nascia um deus novo não sei onde», confessa José Gomes Ferreira), presença lunar e fantasmática, percurso de uma monotonia intensa e dolorosa – a poesia de Pascoaes é, observa Domingos Monteiro, «a mais bela tentativa de expressão do inexprimível que nos últimos dois séculos se realizou em Portugal». Eleito, em 1923, para a Academia das Ciências de Lisboa e homenageado, em 1951, pela Academia de Coimbra, traduzido para várias línguas e elogiado pelos seus pares mais insígnes, Pascoaes é, paradoxalmente, um poeta não tão lido em Portugal, como devia ser: mas o seu nome e a sua obra gozam, junto de uma qualificada minoria (minoria em relação a Pessoa, por exemplo), de enorme e sólido prestigío e os seus livros, esgotada a edição crítica de Jacinto do Prado Coelho, estão a ser condignamente reeditados por uma empresa de gente nova.
Teixeira De Pascoaes - António Feijó
Desenhos de Teixeira de Pascoaes
TEIXEIRA DE PASCOAES
Poeta | Poema de Teixeira de Pascoaes com narração de Mundo Dos Poemas
TEIXEIRA DE PASCOAES - Poetas do Mundo #35
Tristeza | Poema de Teixeira de Pascoaes com narração de Mundo Dos Poemas
3º Conferencia Andante - Teixeira de Pascoaes
Remorsos | Poema de Teixeira de Pascoaes com narração de Mundo Dos Poemas
Teixeira de Pascoaes e a Espanha. CEPNEDE 9
TEIXEIRA DE PASCOAES EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALBANO SARDOEIRA AMARANTE
Ler Mais Ler Melhor Vida e Obra de Teixeira de Pascoaes
Era uma vez... Teixeira de Pascoaes
Teixeira de Pascoaes
Recital de Poesia Portuguesa - Teixeira de Pascoaes
Casa/Quinta TEIXEIRA DE PASCOAES / AMARANTE (Minho - Portugal)
Teixeira De Pascoaes - José Eduardo Franco
Amarante Premio Poesia Teixeira de Pascoaes
Poeta (Poema), de Teixeira de Pascoaes
COMPRE AGORA:Teixeira de Pascoaes Poesia Nossos Clássicos
Teixeira De Pascoaes - Ernesto Rodrigues
Apresentação do livro "Santa Teresa e Soror Mariana" de Teixeira de Pascoaes (Parte 2)
Nova apresentação do Agrupamento Teixeira de Pascoaes
Teixeira De Pascoaes - José Luís Gaspar
Universidade Sénior de Amarante na Alameda Teixeira de Pascoaes
Daniel Jonas distinguido com Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes
Art of Being Portuguese - Teixeira de Pascoaes - Dedication & Preface (English transl. of 1920 ed.)
Amarante Casa de Pascoaes HD.mov
Duas Canções de Teixeira de Pascoaes: Canção Luarenta
Cerimónia de inauguração da escultura honorífica de Teixeira de Pascoaes
PORTA XIII - Teixeira de Pascoaes - 05.04.2014 às 16:00
Duas Canções de Teixeira de Pascoaes: Canção Molhada
Teixeira de Pascoaes
Filandorra – Teatro do Nordeste - Marânus… a lírica aventura da alma solitária de Pascoaes - spot
359 - Ao crepúsculo - Teixeira de Pascoaes
TEIXEIRA DE PASCOAES - ELEGIA DO AMOR.mp4
GRANDE PRÉMIO DE POESIA TEIXEIRA DE PASCOAES PARTE 4
Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes - José Mendes
Music 1 - Agrupamento de Escolas Teixeira de Pascoaes
GRANDE PRÉMIO TEIXEIRA DE PASCOAES PARTE 1
Trailer do Documentário "Amarante por Teixeira de Pascoaes" de Cláudia Pires
TEIXEIRA DE PASCOAES POESIA
6º GRANDE PRÉMIO TEIXEIRA DE PASCOAES
A CASA DE TEIXEIRA DE PASCOAIS | GATÃO | AMARANTE
Teixeira de Pascoaes: Elegia do Amor
Music 2 - Agrupamento de Escolas Teixeira de Pascoaes
Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes - 6ª edição
Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes 1
MUSE é uma exposição que homenageia a obra de Teixeira de Pascoaes
Apresentação do livro "Santa Teresa e Soror Mariana" de Teixeira de Pascoaes (Parte 1)
TRISTEZA | Teixeira de Pascoaes (Dose Literária) # 221
André
O que significa A ciência desenha a onda; a poesia enche-a de água?
21/abril/2018

Quem Gosta

Seguidores