Breve é a vida
Breve é a vida e todos a que a constroem, perdidos na amargura do seu delírio, eternamente emaranhados com o copo de tinto, escorrendo bocados deles por cada rua de Lisboa.
Lisboa somos nós e todos aqueles que sofremos, Lisboa é melancolia, é o querer ser e não poder, o querer alcançar e não conseguir, sonhar e ver a vida passar.
À beira rio os sonhos se desvanecem e com eles eu me vou, o Tejo leva-me, os Deuses abençoam a minha ida.
Não temo o caminho que outrora já terá sido traçado, aceito-o de braços abertos e vivo resplandecendo, tornando-me num Ser único.
Estranho aos olhos de todos, vivendo tudo aquilo que já terá sido construído há milhões de anos e pergunto-me se os Deuses me favorecem.
Ao falar de Deuses não significa que acredite neles, estes apenas tornam todo um texto mais belo, mais épico.
Talvez também o tornem mais erudito, no entanto, estes não passam de meras ilusões assim como os sonhos que são criados por várias pessoas todas os dias, morrem a tentar alcançar algo que por si só acaba logo por os limitar a conseguir o quer que seja e assim com eles perdura uma tristeza imensa que se pega quase como uma praga e cria uma sociedade uniforme e triste, apática em que o único sentimento existente é de solidão e o único caminho que parece mais correto e que apresenta uma estabilidade maior para a sua vida é o suicídio.