Diogo Bernardes

Diogo Bernardes
Diogo Bernardes, foi um poeta português. Segundo Diogo Barbosa Machado, Diogo Bernardes, ao qual o catálogo chamado da Academia acrescenta Pimenta por ser nome do seu pai, nasceu em Ponte da Barca.
Nasceu a 1530 (Ponte da Barca)
Morreu em 1605
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Poeta português natural de Ponte da Barca, pertencente ao círculo literário de Sá de Miranda, António Ferreira e Pero Andrade de Caminha. Filho de um tabelião e irmão de frei Agostinho da Cruz, também ele poeta, recebeu ordens menores, em 1544. Viveu uns anos em Lisboa, onde se relacionou com alguns dos maiores poetas do seu tempo e aos quais dedicou muitas das suas composições. Voltou a Ponte da Barca onde, tal como o seu pai, exerceu a actividade de tabelião regressando, entretanto, a Lisboa, onde aceitou vários cargos na corte e acompanhou D. Sebastião na fatídica campanha de Alcácer-Quibir, sendo feito prisioneiro. Terminado o cativeiro regressou a Lisboa e aos cargos na corte, agora sob o domínio dos Filipes, de quem recebeu honrarias e tenças. Ao contrário da maioria dos poetas do seu tempo, procurou reunir toda a sua obra, dividida em três volumes — Várias Rimas ao Bom Jesus e à Virgem Gloriosa Sua Mãe e a Santos Particulares (1594), O Lima (1596) e Rimas Várias. Flores do Lima (1597) — e preparar cuidadosamente a sua edição. Na sua poesia alterna composições tradicionais, em redondilha, com novas formas renascentistas (soneto, écloga, carta e canção) tomando como principais modelos os italianos Petrarca, Sannazaro e Tasso, e os espanhóis Garcilaso e Bóscan. Diogo Bernardes parece ter tido uma predilecção especial por rios. Chamado «Poeta do Lima», por ser natural e ter vivido durante largo tempo no vale da ribeira do Lima, cantou também os rios Tejo, Douro, Mondego, Leça e Vez. É nas cenas bucólicas que a sua poesia se eleva, quando descreve a melancolia doce da paisagem minhota que ora reflecte, ora contrasta com os estados de espírito do poeta. Na sua linguagem encontramos já alguns elementos que prenunciam o discurso poético barroco: recorrência de antíteses, paradoxos e enumerações, preciosismos e efeitos rebuscados. As obras de Diogo Bernardes inspiram-se, tal como sucede com Camões, numa tradição bucólica clássica.