A dor vai destruindo sua alma,
já não se sente bem consigo mesma,
perdeu os motivos para viver,
perdeu seus sentimentos, perdeu sua calma...
Distancia-se cada vez mais,
perde a compostura,
tem ataques de loucura,
algo aqui incomoda sua paz...
Sua dor torna-se minha dor,
sua perda, torna-se meu carrasco,
minha vida vai em teu interior,
tua vida ecoa num penhasco...
Por que deixar o mundo desta maneira?
Por que sair sem despedir para uma viagem sem volta?
Sinto o mundo desequilibrado em uma beira,
tão errado quanto fama sem escolta...
Deixou-se levar sem medo,
se sentia mais confortável em um jazigo,
esqueceu-se de um único segredo:
Eu me importo muito contigo...
Agora você se foi,
já não sente mais nada,
mas, e eu?
De um penhasco a uma sacada?
Despeço-me desta maneira,
e deixo apenas para o mundo,
decifrar esta barreira:
Perde-se até seu nada, após a perda de seu tudo...?
(d'Medeiros)