segunda pessoa
ela carrega, suporta
o dia todo, todos os dias
o peso que a põe para baixo
e a cada pensamento
aproxima seu rosto para o chão
e seus sonhos para o abismo,
o inalcançável
e carrega, alimenta, a esperança
que ao deitar no seu repouso infernal
expulsará os demônios
que a fazem temer o próximo dia
e perambulam o seu crânio feito de papel
cantalorando aquilo que não se entende
mas que a faz compreender:
nunca foi fácil viver.