Alguns Poemas

🔴 Simplesmente Barroso




Luís Roberto Barroso... O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) sofreu uma carga de testosterona em pleno palanque. Como a vida lá no alto é muito mais emocionante e repleta de sentido, na presença de uma plateia militante, empunhou o microfone e bancou um líder de massas. Falhou. Barroso foi vaiado. Ele acredita que só é odiado pelos bolsonaristas; entretanto, seria vaiado pela direita, esquerda, centro, Hemisfério Norte, Ocidente, Oriente, Círculo Polar Ártico, Meridiano de Greenwich, Trópico de Capricórnio, Linha do Equador etc.




Vendo que mesmo em território familiar estava sendo apupado, Barroso sapecou o discurso antibolsonarista. No momento que vi aquilo, lembrei da tática do animador de quermesse: quando o público, desanimado, está prestes a apedrejar o locutor, este saca a pergunta infalível: Tem corintiano aí? Não falha. Automaticamente, o apresentador sem graça herda uma relativa popularidade.




Cercado da turminha da UNE (União Nacional dos Estudantes), Barroso lembrou que descer a lenha no governo militar de 64 e no Bolsonaro renderia algum prestígio. No entanto, o ministro nasceu em 1958! Tá, calculando bem, ele até aprontaria algumas das suas travessuras nos milicos. O togado supremo apelou para um discurso que está caducando, perecendo, perdendo o efeito e caindo em desuso. Depois que o governo começou a pagar a “Bolsa Ditadura”, começou a aparecer quem foi revistado pela polícia, mas diz ter sido torturado ou arroga ter lutado pela democracia. Como disse Millôr Fernandes: “Não era ideologia, era investimento” e “Desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal”.




O ministro militante, depois do discursinho, colheu alguns aplausos. Diante da reação positiva da “fauna” de esquerdistas, inflamou-se. A combustão espontânea só não se consumou porque a repercussão aqui foi muito negativa.




Por falta de carisma, o palanque foi inóspito e mostrou que o poder da caneta e da toga é restrito.

🔴 A bruxa está solta




Vendo a realidade (quem quer ver) é óbvio qual é o candidato que ganha a eleição para a Presidência da República. Entretanto, como existe muita força contrária, lamento, mas é muito difícil. Forças terríveis estão à solta.




Consórcio de jornalistas, políticos e instituições com abstinência de cargos e verbas.  Incrivelmente, populares estão torcendo pelo “establishment” que sempre quis o brasileiro alienado com os mantras paralisantes: Brasil, o país do futuro e Brasil, o país do futebol.




Desmonetização, pesquisas “errando” intenções de votos, censura prévia, muitas inserções políticas boicotadas nas rádios do Norte e Nordeste, números artificialmente inflados no podcast Flow (fraude reconhecida pelo dono do Flow) etc.




A palavra “higidez” foi repetida, pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), quase como um mantra. A insistência em defender o processo eleitoral, apesar dos acontecimentos, já despertou a desconfiança. Foram muitas movimentações escusas e obscuras. Tudo isso corrobora com a máxima dita por José Dirceu, e repetida pelo outro ministro do STF, Luíz Roberto Barroso: eleição não se ganha, toma-se.




Estão forçando a barra para favorecer um lado, claramente o PT (Partido dos Trabalhadores). Essas eleições vão elencar episódios lamentáveis como o voto censitário e o voto de cabresto. Certamente, Alexandre de Moraes é um incompetente presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que fez da democracia uma lambança.




O “Streisand Effect” (quando algo que foi ocultado, removido, proibido ou censurado, viraliza, porque atiça a curiosidade) funciona que é uma beleza! Tudo que foi ocultado, proibido e censurado gerou curiosidade e propaganda involuntária gratuita. O efeito da tentativa de esconder fatos e materiais, disseminou e tornou conhecido o que jamais seria tão replicado.




A Jovem Pan está proibida de dizer Lula ladrão, corrupto, ex-presidiário, descondenado e chefe de organização criminosa. Ops! O TSE afirmou que não censurou a Jovem Pan. Então, o Jornalista Augusto Nunes falou as palavras mágicas e foi retirado do ar no dia seguinte (censurado). Simples assim.




A lagosta do cardápio supremo deve ter liberado um ser vivo (alienígena) que assumiu a autonomia do cérebro do ministro, por isso, sem freio moral, Alexandre de Moraes toma atitudes arbitrárias. Ele só acelera, sem envergar o precipício.

🔴 Fernando Haddad colou, mas não colou




A equipe de transição do PT (Partido dos Trabalhadores) assusta. A mistura aleatória de colaboradores da volta do projeto nefasto de poder confirma os maiores temores de “volta ao local do crime”, dando uma leve parafraseada na exata fala de Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito. Apelidada de Carreta Furacão — trenzinho infantil que reúne uma turminha inacreditável de personagens —, a absurda e meganumerosa equipe de transição ocupa o Palácio do Planalto como um local abandonado. Calma, quando anunciarem os ministérios, pode piorar.




Fernando Haddad, possível ministro da Fazenda, cursou apenas dois meses de mestrado em Economia, tendo “colado”. Eu não tenho sequer essa curtíssima experiência de 60 dias na disciplina, logo, não colei. Num país em que a maioria valoriza a honestidade, eu ganharia o cargo no quesito confiança. No entanto, como o STE (Superior Tribunal Eleitoral) quis dizer, a maioria não valoriza a honestidade e é ingênua, quando ao mesmo tempo cai fácil no “conto da picanha”. Triste...




Fora de contexto, piada, brincadeira, as desculpas seriam suficientemente tranquilizadoras se o político do PT não fosse cotado para o Ministério da Fazenda. Apesar das ideias assustadoras, o fato do petista ter “colado” na disciplina, pode ser uma excelente notícia, afinal o desconhecimento significa impedimento de implementá-la. Afinal, o que é pior: alguém como Guido Mantega ou Fernando Haddad?




Haddad é uma mentira ambulante. Forma uns três acordes, mas posa segurando um violão que é uma beleza, fingindo, assim, que toca o instrumento. Ele também carrega uma estética meio tucana (petista de paletó). Contudo, não se engane, apesar da estampa de professor do ‘Mackenzie’, suas ideias são radicais como as de um comunista do início do século XX. Só essas características credenciam-no como um Cavalo-de-Troia perfeito. Apesar de multi derrotado, ele se infiltrou no coração do poder.




Quando Haddad confessou que não sabia nada de Economia, a plateia aplaudiu. Essa atitude escancara o jeitinho brasileiro (malandragem). Haddad diria a seus professores: Perdeu, mané.




Não há reza que faça isso dar certo.

O espancamento 🔵

J..., o pobre condenado, já estava amarrado no poste. Não havia a menor chance de escapar daquele iminente martírio. A sessão de espancamento iria começar. Todos estavam armados com o que houvesse: paus, pedras, objetos contundentes, perfurantes, cortantes, perfurocortantes, explosivos e um galão de gasolina — que denunciava o triste e cruel final daquela justiça com as próprias mãos.

O desgraçado J... tinha cometido o crime há muito tempo. Curiosos intervieram — na verdade, tentaram —, mas foram rapidamente dissuadidos. Na sede por sangue e na lei da periferia não havia perdão nem prescrição de traição. Sem a menor chance da imolação pública ser adiada e todos já armados, quem discordava da violenta tradição deveria resignar-se e sair de perto.

Arremessaram uma pedra. Começou uma sequência de golpes com paus, pedras e demais instrumentos. De vez em quando lançavam morteiros na direção do infeliz. Alguns, corajosos e mais empolgados ou com muita sede de justiça invadiam a “linha de tiro” com socos, chutes e voadoras.

Pronto. O serviço sujo já estava feito. Mas ninguém arredou pé, pois ainda faltava o principal: a queima do que restou inerte. O próximo episódio era o que todos mais aguardavam. O êxtase, o golpe de misericórdia, o ato final, o que há de pior dentro de cada um, o que desperta os instintos mais primitivos: a vingança. Toda a gasolina foi despejada, foi derramada no que restou do que nem o poste sustentava mais. No chão jazia um boneco, não com vísceras expostas, mas alguns maços de capim e jornais que serviam de enchimento do Boneco de Judas.

A Malhação do Judas foi o evento mais sincrético que já presenciei. Além da molecada católica, judeus, budistas, espíritas, evangélicos, umbandistas, ateus e agnósticos esperavam o dia do espancamento.

O boneco era caprichosamente confeccionado com roupa velha e enchimento, devidamente trajado para a sessão de linchamento, para depois servir como objeto de imolação e, inconscientemente, descarrego de tudo que nos afligia. Tratando-se de crianças: algum vizinho que não devolvia a bola, alguma guloseima negada ou um brinquedo estragado.

Na Sexta-feira da Paixão resistíamos a carne vermelha; no Sábado de Aleluia barbarizávamos Judas, quase 2000 anos depois da traição, mantendo a tradição; e no Domingo de Páscoa, inocentemente, cristãos tementes a Deus, devorávamos ovos de chocolate.

A tradição portuguesa e espanhola, embora violenta, significava apenas mais uma brincadeira. Depois dessa prática inocente, algo também extremamente violento e cruel: futebol de rua.

🔴 Aos que eram felizes e não sabiam

Durante a terceira semana de abril, presenciamos algumas pessoas confessando, ao vivo: Éramos felizes e não sabíamos. Alexandre de Moraes, Natuza Nery e Gerson Camarotti participaram dessa catarse em praça pública.




Sim, ficou claro que essa frase foi dita para convencer que as mídias sociais trouxeram infelicidade. Até entendo que os donos de empresas de comunicação eram mais felizes quando detinham o oligopólio da informação. Eleger políticos e manipular o telespectador, o leitor e o ouvinte viciou. Pois, com a democratização da notícia, o telejornal da noite só apresenta notícias velhas e as tentativas de distorção, bem como, mentiras são desmentidas. É bom lembrar, talvez mais importante: a diminuição da audiência e da receita com anúncios.




Qualquer tecnologia chega como um rolo compressor, e toda resistência só vence em ambientes ditatoriais. É legal lembrar da fita cassete, mas a música digital é muito mais prática e acessível; é bom recordar de quando íamos à locadora de filmes, mas o “streaming” é muito mais fácil.




É patético assistir aos jornalistas (funcionários) se humilhando e perdendo credibilidade, tentando frear avanços para favorecer seu patrão. Quem, querendo proibir os avanços da tecnologia, lembra que “era feliz e não sabia”, é infeliz e sabe disto, e, mais triste, deseja que outros compartilhem seu rancor.




A expectativa de alcançar a felicidade quando começar ou terminar a faculdade, casar ou separar, ficar rico, é um bom começo para nunca encontrá-la. Se não ficar atento, os momentos em que ela acontece passam despercebidos. Ela é fugaz, e quem acha que é duradoura, confunde-a com a mera bobeira.




Como consolação para essas tristes e distraídas personalidades, basta haver uma segunda vida. Neste caso, um beijo, um abraço, um pôr do sol, um gol, uma cachoeira, nada disto passará novamente sem a devida atenção. Se aproveitadas estas oportunidades, eles terão outra chance de identificar momentos de felicidade quando acontecerem.

🔴 Deu no New York Times




Por onde passa, ficando um certo tempo, Alexandre de Moraes contamina o ambiente. No STF (Supremo Tribunal Federal) foi assim. De repente, ministros começaram a mudar de opinião, caindo, inclusive, em contradição. Ainda não sabemos a influência que força mudanças de votos. Quando foi presidir o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), deixou um rastro de autoritarismo e levou a mão pesada para o processo eleitoral.




Cármem Lúcia deu um nó no próprio cérebro e no de quem tentou compreendê-la, ao refutar qualquer tipo de censura e, depois, corroborar uma decisão censora. Com uma conjunção adversativa (mas), ela deu um “duplo twist carpado” e pronunciou um voto vergonhoso para quem se diz ser contra a censura. Temos a relativização da censura. Proibição, “só até achatar a curva”. Sei...




New York Times e Wall Street Journal noticiaram o que brasileiros insistem em negar, se acovardam em admitir ou simplesmente ignoram. NYT: “Alexandre de Moraes é o homem que decide o que pode ser dito on-line no Brasil”. WSJ critica a esquerda brasileira por tentar amordaçar os conservadores. Respectivamente, os tradicionais jornais norte-americanos constataram de quem saem essas decisões inconstitucionais.




André Janones, o histriônico lulista de ocasião, aproveita-se desse caos judiciário. A julgar pelo empenho no jogo sujo para conduzir o petista aos cofres públicos, a oferta deve ter sido irrecusável. Gesticulando desesperadamente, ele orienta a tropa de choque servil e babando de ódio para disseminar, deliberadamente, factoides.




O caso Roberto Jefferson é um efeito colateral dessa anomia jurídica. Tudo que começa errado, termina errado. Essa situação tem um agravante: Roberto Jefferson está com câncer. As peças estão colocadas. Como tudo começou errado, o fim não será nada bom.




Os “Fique em casa”, “fake news” e “democracia” serviram de laboratório como escalada do autoritarismo. As diretrizes, por mais abusivas que fossem, foram acatadas de maneira servil. Como toda atitude escalonada, a tendência é progredir. Como a arbitrariedade tende a recrudescer, arrefecerá mediante força igual e contrária.




Alexandre de Moraes tem acelerado rumo ao precipício igual a um camicase. Como tem agido insanamente, um amigo pode detê-lo, porque se isso não for feito, terminará como o fim de qualquer sujeito mau: mal.







É PRECISO AGIR

(Bertold Brecht- 1898-1956)




Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro




Em seguida levaram alguns operários 

Mas não me importei com isso

Eu também não era operário




Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável




Depois agarraram uns desempregados 

Mas como tenho meu emprego

Também não me importei




Agora estão me levando

Mas já é tarde

Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo






🔴 Chuchu beleza




Joaquim Teixeira é o tiozão da internet. Ele sabe disso. Convicto desta condição, ele age como tal: com piadas de tiozão. Pela autenticidade das suas observações, esse personagem faz a molecada gargalhar.




Diferentemente do Geraldo Alckmin, que é o tiozão querendo ser jovenzinho. O vice-presidente foi apelidado de “picolé de chuchu” por ser sem graça (insosso).




Pois, esse senhor, tentando disfarçar a nulidade do seu cargo e engajar um novo lote de eleitores, começou a publicar “posts” nos quais flerta com a cultura “nerd”. Porém, as postagens são tão constrangedoras que lembram memes para zoá-lo ou um site sendo barbarizado por um hacker malvadão.




Quando eu tinha uns 31 anos de idade, arrisquei ir a uma casa noturna onde tocava “indie rock”. Cercado por uma galerinha esperta e sem boletos para honrar, saquei que aquele ambiente não era mais pra mim. Fugi de lá antes que abrisse um clarão na pista para eu me sentir um dançarino de “twist” ou alguma menina com 18 anos me chamasse de tio.




É isso que falta para Geraldo Alckmin, descobrir que seus tempos de meninão não voltam mais. Triste se for um caso de infância e/ou juventude perdida. Imaginando que ele possa superar essa carência, ainda dá tempo de abandonar os memes com mangás e as meias divertidas. 




As piadinhas que escreve deveriam gerar uma descontração, uma aproximação, um engajamento jovem e algum riso. No entanto, Alckmin perdeu a credibilidade quando abriu mão de princípios e valores quando o atalho do poder lhe franqueou o acesso. Além disso, ele carrega uma mistura de seriedade e timidez que impedem a comicidade. Definitivamente, o Doutor Geraldo não é engraçado. 




É possível que ele esteja convicto de que está lidando com gerações semi-analfabetas e infantilizadas. Entretanto, apesar da Educação e da programação televisiva, o político demonstra um cálculo errado, podendo terminar, apesar da idade, sendo o único infantilizado.




Anestesiado, o vice-presidente demonstra sua inutilidade no governo e dá séria preocupação se é uma boa alternativa ao governo Lula.















Bar do Léo 🔵

Avistamos o local, era bem simples. O tanto que falavam desse bar, levou as expectativas a um patamar que tinha alto potencial para frustração. E foi assim. O famoso Bar do Léo era bem comum, até pior que vários outros. O lendário barzinho do Centro de São Paulo tinha como símbolo um simpático leão. Mas não chegamos ali por causa do leãozinho e sim do tão falado chope.

Por ser pequeno, você podia optar por desviar de mesas e cadeiras espremidas ou ficar na calçada, em pé. Preferimos a segunda opção, mesmo não tendo outra escolha. A espelunca era bastante concorrida e todos tinham estampada na cara a expressão de estarem bebendo o premiadíssimo Chope Brahma com um colarinho cremoso de milimétricos três dedos de espessura em um ambiente “vintage” do veterano Bar do Léo e beliscando deliciosos petiscos.

Além da tradição do estabelecimento, outros diferenciais prometidos não chamavam a atenção, desde que a bebida chegasse bem gelada ou o cliente fosse muito detalhista: os barris, à sombra, em câmara fria e a lavagem “especial” dos copos (ah,tá!), tudo meticulosamente planejado e organizado. Mas o que importava era um chope bem tirado, bem gelado e um preço justo (só que não). A antiguidade dos garçons e o atendimento não importavam tanto.

Essa frescura toda ruiu quando descobriu-se que o chope não era Brahma, mas um mais barato chamado Ashby, também foram encontrados alimentos vencidos. Fui enganado. Todas as vezes que fui até o boteco me dei mal. A tradição, as minúcias e a qualidade eram propaladas para inflacionar a conta. Essa é a tática de pontos históricos, da moda ou, simplesmente, concorridos. Exemplos: Ponto Chic, Bar Brahma, Mezanino do Mercadão (sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau) etc.

“A casa caiu” porque o (ir)responsável “lobo em pele de cordeiro” vendia “gato por lebre” perto da delegacia e onde “us hômi” “molhavam a goela” depois do expediente. 

A Cracolândia, que fica lá perto, vai bem, obrigado; mas não venham “colocar água no meu chope”, que isso é caso de polícia.

🔴 No dia seguinte...




Amanheceu chovendo muito! Mas ainda não caiu nem acém do céu. Prometeram um Brasil pacificado, despolarizado e democrático. Não é isso que estou vendo e, pelo jeito, isso não vai acontecer.




Apesar de tudo, deram um jeitinho brasileiro nas eleições. Bolsonaro recebeu discursos cheios de rancor, ameaças de morte e xingamentos (inclusive charlatão e canibal!). Com o esgotamento do dicionário de impropérios, restará chamá-lo de feio, bobo e cara de melão. Tudo e todos contra, por quê? Como o Lula venceu, nós veremos quem se beneficiou e quem ficará com o ônus; afinal, não é todo mundo que pode se refugiar em Paris. 




Mesmo assim, é assustador que o discurso anacrônico de “pai dos pobres” ainda “encante serpentes”. As promessas vazias de “ser feliz” e “chuva de picanha” soem como música, em vez de “teto de gastos”, “Independência do Banco Central”ou “responsabilidade fiscal”. O PT (Partido dos Trabalhadores), inteligentemente, relegou estes “palavrões” a coisa de “neoliberal”.




Mas quem votou num ladrão “chavequeiro” deliberadamente, sendo bem esclarecido, perdeu a vergonha. Essa queda pelo discurso fácil equivale a vender a alma pro coisa-ruim. Isso porque tem uma turminha que faz o “L” pra pagar pedágio para a “intelligentsia” ou por interesses muito particulares. Reitero: para muita gente, é mais importante o motoboy trazer uma pizza na porta de casa, do que a transposição do Rio São Francisco.




A grande dúvida é: será que o Lula vai parar de ameaçar o País? O velho caudilho sul-americano poderá, um dia, se aposentar como um exótico mandatário terceiro-mundista subserviente às agendas do Hemisfério Norte e dono de ideias ultrapassadas?




Olhando pra frente, ficou contente quem sabe a importância dos números, da obra embaixo da terra, do saneamento básico, ou seja, do que traz maiores resultados a longo prazo. Mirando o retrovisor, ficou triste quem esperava chuva de picanha, democracia, pacificação e felicidade. Eu sei, essas promessas abstratas e irreais foram tentadoras e renderam muitos votos. Como diria Dilma: quem perdeu, ganhou.




Em São Paulo, o Tarcísio Gomes de Freitas “pavimentou” os adversários. Estes vieram com um papinho xenofóbico de exigir, em vez de competência, certidão de nascimento. Num paroxismo da apelação, o estado foi “defendido” como uma jurisdição do Velho Oeste, com falas preconceituosas. Exemplos: “Aqui não” e “Forasteiro”.




Essas eleições não acabaram. Tradicionalmente, vem aí o “terceiro turno”, e a polarização veio para ficar. Teremos uma divisão muito parecida com a divisão dos EUA, e o PSDB pode reencontrar-se nessa dicotomia. Lula não poderá embolsar R$ 1.00, sob pena de lembrarem sua vida pregressa.




Feliz Dia das Bruxas.

🔴 Luzes, câmera, ação




Eu já vi excelentes cliques retratando vândalos no exato momento de um pontapé numa porta de vidro. Curiosa a raridade de ver uma foto da cachoeira de estilhaços. Habilidade e isenção política são requisitos basilares para um fotojornalista bom e honesto.




Entretanto, o fotógrafo petista da agência internacional ‘Reuters’, segundo as imagens “vazadas”, cria depredações. Com alguma atenção, ele colheria flagras reais. No entanto, o que nós flagramos foi um fotógrafo que dirige, ensaia e “flagra” o “black bloc” disfarçado de bolsonarista. Logo após a cena “violenta”, um momento singelo, mostrando que o amor venceu, fotógrafo e golpista conferem a imagem e se cumprimentam. Ora, não era isso o que eu esperava. Pelo contrário, o resultado: nenhum estilhaço, nenhuma gota de sangue e muita confraternização. Só que a narrativa no exterior é a da fotografia.




Produzir um flagra de quebradeira como na técnica do repórter fotográfico da ‘Reuters’ fazem eu me arrepender de não ter forjado chutar a minha avó ou minha mãe. Garanto que a suposta agressão renderia uma excelente foto e uma denúncia. Também, tenho certeza, contaria com a anuência de ambas, pois a covardia seria inócua.




Centenas de pessoas foram presas no atacado, sem individualização da conduta. Mesmo depois da divulgação das imagens, não mudou o julgamento. Qualquer investigação séria e honesta analisaria as filmagens, coisa que qualquer detetive particular que anuncia em gibi não deixaria de fazer. Mas nada mudará o plano inicial: “mostre-me o homem, e eu lhe mostrarei o crime”. Eis a frase atribuída a Stalin, mas mesmo não sendo dele, o teor é válido.




O fotógrafo camarada encarna as ideias “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” e “luz, câmera, ação”. Contudo, na prática, “ideia” e “ação” vêm depois de ideologia na ideia fixa desse péssimo profissional, diferentemente da ordem no dicionário.




Na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, espero que esse cara explique sua técnica para reportar quebra-quebras sem estilhaços.

Quem Gosta

Seguidores