Alguns Poemas

🔵 A revolução dos bichanos




Tocamos a campainha do apartamento. Quando a porta abriu, fomos recebidos por um gato que, sinuosamente, contornou a porta, o batente e fugiu, ansioso.




Entrando no apartamento, o cenário chamou a atenção: uns 20 gatos. Mesa, estante, sofá, chão etc. O imóvel estava tomado pelos felinos. Tive a oportunidade de conhecer a personalidade de um exemplar, portanto, tenho certeza, os animais autorizara aquele cara,  que se dizia proprietário, a morar com a turminha.




O amigo do amigo, que habitava o apartamento, devia estar acostumado com o cheiro, porém nós não. O cheiro era mortificante, então, foi um convite a fugir dali como se o prédio estivesse em chamas.




Aquele movimento, o cheiro e os miados roubavam minha atenção. Inclusive, bem sei, se o IBAMA “estourasse” o imóvel, os gatos seriam recolhidos e todos nós sairíamos presos. Entretanto, o pior não aconteceu, portanto bastou suportar aquilo.




Os minutos pareciam horas, os segundos pareciam minutos, e a conversa estava animada. Aquele pesadelo já estava indo longe demais. Se fosse hoje, tenho certeza, aquele comportamento seria facilmente classificado como distúrbio de acumulação mórbida.




Havia algo muito errado com aquela habitação. Porém, a movimentação não dava sinal de acabar. Foi quando tive um “insight”: diante da condescendência do, digamos, dono, os animais é que mandavam naquele imóvel. Sim, o que um único gato sempre tentou, uma “manada” de gatos colocou em prática: dominar o ambiente e fazer o ser humano recolher-se a sua insignificância.




Depois da descoberta, coincidentemente escapei daquilo antes que um felino resolvesse me escravizar também. Lógico que fiquei nos dias seguintes pensando no que eu havia visto. A conclusão a que cheguei, foi que a sociedade utópica estabelecida pelos animais, significava uma distopia para aquele pobre coitado. Agora ele teria que suportar o maldito modelo de governo. Sei que aquilo só pode dar errado. Já começou errado.




Parecia que eu havia deixado aquele problema para trás, porém fiquei com a impressão de que um outro grupo de gatunos poderia querer fazer o mesmo. A gatunagem não conhece limites.

🔴 Efeito Streisand




Muita gente deve ter ouvido falar do humorista Léo Lins. Ele já tinha ganhado notoriedade tendo seu espetáculo proibido por algumas prefeituras. Porém, a proibição ganhou outra proporção: a repercussão agora é nacional.




Essa proibição que se torna propaganda gratuita chama-se “Streisand Effect”. Referindo-se à cantora Barbra Streisand, quando tentou esconder judicialmente a divulgação da fotografia de sua mansão, gerou o efeito contrário. Pois, Léo Lins, depois da medida judicial, virou debate nacional, unificou espectros políticos diversos e foi “premiado” com mídia gratuita. É bem possível que suas apresentações sejam muito mais concorridas. 




Léo Lins expõe a nata do humor negro. Para a turma do politicamente correto, o próprio gênero de humor já vem eivado de racismo — sei lá — estrutural. O humorista brinca com todas as “minorias”. Detalhe: apenas será atingido pelas piadas, quem for ao show; entretanto, quem vai ao show, é imune ao potencial ofensivo de... palavras. A luta, para quem tem uma dificuldade, é real. Afinal, o humor é a saída de emergência do desespero.




Esse episódio acordou alguns humoristas, curiosamente, adesistas. Nunca combinou alguém vomitando piadas governistas ou, o que também é fácil identificar, aquele que ataca um político, expondo seu espectro político. Humorista legítimo e engraçado é aquele que ridiculariza quem está no poder, aliás, expõe o lado ridículo de qualquer ser humano.




Pois bem, na decisão judicial, foram tantos os indivíduos considerados minorias, portanto defendidos pela proibição, que o espetáculo de “stand up comedy” seria possível apenas com piadas de homem branco velho hétero rico e bolsonarista. Sendo assim, a plateia ficaria restrita a “luloafetivos” que, destituídos de senso de humor, vibrariam com o escarnecimento.




A boa anedota tem que ser inteligente, o que não é o caso, mas, em hipótese alguma, deve ser proibida. Existe, sim, um limite quando começa a ofensa, no entanto a patrulha do politicamente correto encontra brecha para proibir até piada de papagaio.

🔴 Aos que eram felizes e não sabiam

Durante a terceira semana de abril, presenciamos algumas pessoas confessando, ao vivo: Éramos felizes e não sabíamos. Alexandre de Moraes, Natuza Nery e Gerson Camarotti participaram dessa catarse em praça pública.




Sim, ficou claro que essa frase foi dita para convencer que as mídias sociais trouxeram infelicidade. Até entendo que os donos de empresas de comunicação eram mais felizes quando detinham o oligopólio da informação. Eleger políticos e manipular o telespectador, o leitor e o ouvinte viciou. Pois, com a democratização da notícia, o telejornal da noite só apresenta notícias velhas e as tentativas de distorção, bem como, mentiras são desmentidas. É bom lembrar, talvez mais importante: a diminuição da audiência e da receita com anúncios.




Qualquer tecnologia chega como um rolo compressor, e toda resistência só vence em ambientes ditatoriais. É legal lembrar da fita cassete, mas a música digital é muito mais prática e acessível; é bom recordar de quando íamos à locadora de filmes, mas o “streaming” é muito mais fácil.




É patético assistir aos jornalistas (funcionários) se humilhando e perdendo credibilidade, tentando frear avanços para favorecer seu patrão. Quem, querendo proibir os avanços da tecnologia, lembra que “era feliz e não sabia”, é infeliz e sabe disto, e, mais triste, deseja que outros compartilhem seu rancor.




A expectativa de alcançar a felicidade quando começar ou terminar a faculdade, casar ou separar, ficar rico, é um bom começo para nunca encontrá-la. Se não ficar atento, os momentos em que ela acontece passam despercebidos. Ela é fugaz, e quem acha que é duradoura, confunde-a com a mera bobeira.




Como consolação para essas tristes e distraídas personalidades, basta haver uma segunda vida. Neste caso, um beijo, um abraço, um pôr do sol, um gol, uma cachoeira, nada disto passará novamente sem a devida atenção. Se aproveitadas estas oportunidades, eles terão outra chance de identificar momentos de felicidade quando acontecerem.

🔴 Eles estão entre nós

Outro dia, vi algumas entrevistas. De modo “artesanal”, a repórter conservadora saiu em campo, com a liberdade e isenção típicas de quem não carrega uma pauta amarrada a verbas públicas e patrocínios estatais.




Pois bem, a entrevistadora caçou algumas pessoas num local estratégico: debaixo do MASP (avenida Paulista). Os jovens faziam parte, claramente, da “linha de produção” da doutrinação escolar. Dentre os transeuntes interpelados, uma garota me chamou a atenção. Visivelmente uma garota “do bem”, portanto, num processo ainda em andamento de lavagem cerebral; ela, a cada resposta, demonstrava uma ansiedade típica de quem tenta lembrar a resposta decorada para a prova de Geografia.




Olhando para o alto e agitado as mãos, ela expunha suas diretrizes sobre drogas, violência e aborto. Seu discurso era eivado de lugares-comuns, donde se conclui que ela era cheia de opinião que não era dela. 




Por ser uma menina legal, tomara que ela só esteja exercitando para responder o que os professores desejam, ou seja, trata-se de uma alma que ainda pode ser salva do pensamento sectário.




Quando perguntados sobre a liberação das drogas, os entrevistados sacavam o tal “racismo estrutural”. Tentando afastar algum rastro de racismo, portanto, sinalizando uma virtude, esses neófitos no debate sociológico, agindo como robozinhos teleguiados, agem com um racismo assombroso, próprio de quem acha que conhece o mundo através das lentes do ‘Globo Repórter’. Associar qualquer etnia ao consumo de drogas é racismo na veia. Repetidores de discursos pré-fabricados, eles não percebem isso.




A nova geração afastou aquela pecha de que o conservador/direitista era seu avô pregando “como eram bons aqueles anos de governo militar”. Nikolas Ferreira, que provou sua popularidade no meio estudantil, está mostrando que essa ideologia é adotada por um moleque (no bom sentido) que traz uma leveza e liberdade de quem pensa por si. E não é escravo de um mentor ideológico e que tem que dizer amém ao “grande líder”.




Precisava nascer uma geração pós briga de ditaduras. Eles estão aí.



🔴 Vicky Vanilla, o satanista da família brasileira

Vicky Vanilla se apresenta como Mestre Luciferiano e oferece os serviços de amarração amorosa, pacto de riqueza e tarot on-line. Como podemos ver, até o Coisa-ruim promove o amor entre as pessoas. Porém, não se engane, isso cheira a falcatrua.




Pois bem, nas eleições presidenciais de 2022, o satanista Vicky prestou seus serviços espirituais ao Lula. De maneira inexplicável, o petista venceu. Agora, acredito que livre da possessão demoníaca, portanto, sem influência do Mal, o menino se arrependeu.




O eterno satanista camarada voltou. O tal satanista surgiu, ano passado, para ilustrar nosso inclusivo panorama eleitoral. Contudo, esse personagem reapareceu, parece que, para desmoralizar o Capiroto. Todo o misticismo que envolvia a imagem do Cramulhão se desfez quando surgiu o cara que nos ameaçava com os poderes ocultos.




O ocultista com nome artístico e aspecto de dançarino de grupo de forró, que só deve impressionar com uma pirotecnia de Festa Junina, constatou que fez ressurgir uma energia maligna incontrolável. Vicky Vanilla se arrependeu. Convencido de que invocou forças terríveis e, ao dar uma forcinha para a vitória do sindicalista, provocou um Mal à Humanidade jamais visto. A brincadeira foi longe demais, mas agora é tarde, a conta chegou!




Quando chega a temporada eleitoral, como todo político, Lula, se pudesse,  seria católico, muçulmano e judeu; cultuaria Jesus, Alá e Javé; visitaria igrejas, mesquitas e sinagogas; leria a Bíblia, o Alcorão e a Torá. Entretanto, para garantir a influência da mandinga, ele recorreu ao Tinhoso. Ou seja, “quando lhe convém, até o Diabo cita as Escrituras”. 




O presidente invocou a Legião do Mal. Para dificultar a identificação, a Legião, espalhada no Executivo, Legislativo, Judiciário, ministérios, sindicatos etc, repete as palavras “democracia” e “paz”. Mas não se engane, praticam a maldade, dizendo que o amor venceu. Ele fez o pacto, você entrega a alma.















🔴 O Forrest Gump brasileiro




O instinto de sobrevivência e a modéstia me mantiveram escondido esses anos todos, entretanto, sinto que chegou o momento de compartilhar minha acidental existência. Fui o personagem de alguns retratos que eternizaram momentos cruciais, seja para o Brasil, seja para o mundo. Muito embora, frutos do acaso.




No Brasil, falei que lutei pela democracia, correndo da Polícia e do Exército, enfrentando cavalos. No entanto,, levei a pior, escorregando em bolinhas-de-gude. Os policiais correram para me ajudar. Contudo, o disparo fotográfico me foi generoso, portanto, mantenho a narrativa que lutei contra a Ditadura.

  

Perseguindo, com tenacidade, o objetivo democrático, fui surpreendido por um clique dedo-duro. Desta vez, pixando um muro. Eu estava escrevendo “Abaixo a ditadura do proletariado”, mas fui interrompido. A frase, que inclusive virou enredo de escola de samba, saiu na emergência da atitude. A fotografia ficou histórica, mas meus pais nunca gostaram dela.




A Copa do Mundo de 82 me proporcionou uma tristeza incompatível com o choro, mas irresistível para um clique: acabou o amendoim! Apesar do motivo trivial, achei que era válido manter aquela narrativa da imagem da “Tragédia do Sarriá”.




Minha avó sempre achou que eu estava pendurando um quadro num muro, mas eu juro que ajudei a derrubar o Muro de Berlim. Dizem que há um conflito entre cultuar Che Guevara, Fidel Castro, Lênin, Stalin e ajudar a derrubar esse símbolo do Socialismo. Eu refuto, pois era um evento histórico e havia câmeras do mundo inteiro. Como no ‘Rock in Rio’, eu tinha que estar lá. Eu fui!




Na Praça da Paz Celestial, estive no lugar errado, na hora errada. O nome bonito e uma certa agitação que havia nesta praça me atraíram para lá, de modo que resolvi alterar o meu retorno do supermercado. Contudo, obstruindo o meu novo caminho havia blindados. Inocentemente, não desviei e, para minha surpresa, os veículos recuaram. O mundo inteiro achou que foi coragem minha, mas foi pura inocência e falta de noção do perigo.




Mesmo tendo escondido por tanto tempo, resolvi compartilhar as fotografias famosas e me revelar como o protagonista destas cenas. Uma mentira rejuvenescedora.







PS: A efeméride do início de abril me abriu a “licença poética” para a incoerência etária e a megalomania.







Texto com imagens no blog:

Gazeta Explosiva

Pedro, apenas mais um youtuber?⚫️

Abri um vídeo de Pedro Rodrigues Filho no YouTube, onde ele tem um canal. Prestei muita atenção no que ele dizia. Eram basicamente conselhos de um senhorzinho, do alto de sua sabedoria de vida, que acumulou nos 65  anos de sobrevivência. Ele tem a voz fraquejada, meio chorosa, própria de quem levou muitas caneladas da vida, por isso, conhece seus atalhos.

Quem é Pedro Rodrigues Filho? Trata-se de Pedrinho Matador, lendário ‘serial killer’, egresso do sistema prisional,  onde ficou privado do convívio social por 42 anos, somadas as idas e vindas,  por mais de cem assassinatos  (auto-imputados ). Embora tenha sido condenado em 128 anos, no Brasil, a reclusão é de, no máximo, 30 anos. Pedro fez por merecer isso, ficando preso mais tempo, fazendo um “turismo carcerário”, tendo passado, também (lógico), pelo manicômio judiciário. Segundo ele, na cadeia, antigamente “o bagúio era lôco”. Ele é, no Brasil, quem mais matou e ficou preso.

Pedrinho falhou em sua primeira tentativa de assassinato. Aos 13 anos, após um desentendimento, empurrou um primo mais velho num moedor de cana! Resumindo muito, começou a matar aos 14 anos e pegou gosto pela coisa, cometendo, também outros tipos de crimes e homicídios dentro de cadeias. O maior destaque, foi quando mastigou parte do coração de seu  próprio pai, depois de matá-lo por vingança pela morte de sua mãe. Segundo ele, só matou quem mereceu. 

Em seu canal, no YouTube, o velho Pedro dá conselhos para a  molecada não entrar pro mundo do crime. Ele, no mínimo, conhece bem esse mundo. Ele chega a dizer, “o crime não é mais como antigamente”, como se antes houvesse ética. Até ele acha que essa gurizada está “abusada”. Pedrinho Ex-Matador (como está sendo chamado), ficou recluso de 1973 a 2007 e 2011 a 2018. Quando foi trancado, o mundo era analógico, não havia internet; quando saiu, encontrou um admirável mundo novo, digital.

Agora, em 2019, ele está tendo que suportar os ‘haters’ (aqueles que odeiam tudo e todos, na internet) e os ‘hackers’ (os criminosos que invadem outros computadores conectados à rede). Recentemente, ele teve muitos inscritos “roubados” de seu canal no YouTube. Ele está bem integrado aos novos tempos, pois ficou muito indignado com o furto virtual.

Além do canal no YouTube, onde conta suas peripécias e espalha conselhos à humanidade, Pedro lançou um livro, logo terá um documentário, um tal de MC Duplex gravou o rap “Pedrinho Ex-Matador” e deve haver outros badulaques. Pedrinho é cult, Pedrinho é pop. 

O ilustre Ex-Matador reclamou do furto de milhares de inscritos do seu canal. Ele disse; “Você, que fez essa maldade, não tem coração?” Esse interesse por coração gera conotação dúbia. Quem furtou os seguidores do Pedrinho, devolva. Você  não sabe com quem está mexendo. O perigo é se ele resolver te seguir.












🔵 Undererê




Aquele bingo só me havia trazido transtornos. Os frequentadores perdiam suas aposentadorias voluntariamente, portanto, ao menos, entre cartelas e copos de chope, se divertiam lá dentro. A casa de bingo foi aberta perto da minha casa, isso me “obrigava” a guardar vigília, acompanhando cada movimento, até umas três da madrugada.




Mas a sorte grande havia chegado. Não, eu nunca completei a cartela, mesmo porque isso seria impossível, sendo que eu jamais entrei na casa de jogos. A única maneira de eu obter alguma vantagem, sem cartela e sem entrar no bingo da rua, era o show de alguém famoso. 




Pois a artista que “aparecia na televisão” era a Eliana de Lima. Talvez o nome não ajude muito, mas quem viveu intensamente os anos 90, quando vê-la, vai se recordar da cantora de ‘Desejo de Amar’. Provavelmente, o título do sucesso também não é o suficiente. No entanto, se eu cantar o refrão, o enigma será solucionado: “undererê...”.




Pois bem, agora chegou a minha vez, e tenho certeza de que toda a vizinhança estava ansiosa com a presença, no bairro da Vila Galvão, da grande cantora Eliana de Lima. Até levei em consideração que eu não gostava de samba, muito menos paulistano, e a artista já enfrentava as fases “por onde anda?” e “que fim levou?”, mas, finalmente, estava chegando o único dia que eu arrogaria algum benefício em morar ao lado de um bingo.




Sábado de noite, estranhamente, aquele movimento frenético de automóveis não me incomodava, pelo contrário, aquilo anunciava que chegou a noite do grande show. Acho que retardaram bastante o início do espetáculo, mas isso não me impediu de executar as trivialidades do dia a dia ouvindo um show ao vivo. Contudo, como eu só conhecia o refrão de uma canção, só identifiquei quando ela falou “undererê”.  A técnica é manjada: o artista repete seu maior sucesso em várias versões.




Assim foi. Acredito que, querendo ouvir o coralzinho da plateia, meu banho foi ilustrado com o fundo musical “undererê”. Tudo o que eu fazia era contemplado com a trilha sonora. Na cozinha: “undererê”. Assistindo à televisão: “undererê”.




O show já havia acabado, os últimos apostadores tinham ido embora com seus liquidificadores, batedeiras e demais eletrodomésticos. O silêncio voltara àquela rua da periferia de Guarulhos. Então deitei com uma musiquinha grudenta na cabeça: undererê"

Por que eles odeiam a classe média? 🔴

Tornou-se célebre o discurso de ódio da filósofa Marilena Chauí. Em monólogo libertador, a, vá lá, filósofa exalou todo seu rancor e raiva contra a classe média. A manifestação vocal demoníaca foi proferida sob risos e aplausos concordantes de Lula e alunos da USP. Os alunos que aplaudiram também devem ser ricos ou pertencer à desprezada classe. Marilena Chauí, musa do PT, odeia tanto a classe média que tratou de abandoná-la, tornando-se rica. O vídeo, que já é um clássico, está disponível no YouTube.

Recentemente, foi a vez do Lula revelar o desejo de eliminar a classe média. Com um texto assustador, Lula definiu quantos aparelhos de TV essa classe social pode ter. Ato falho ou sinceridade crua, são dois bons motivos para temer um novo governo do bandido.

A classe média é a que mais sofre os solavancos da Economia. Sua mobilidade social tende para baixo por causa da insegurança do nosso país. Uma crise mais séria significa liquidação  e bazar de garagem na combalida classe. Tirar os filhos do curso de inglês, da natação, da escolinha de futebol, do “ballet” ou do colégio particular e, nos casos mais graves, vender o carro e a casa garantem a adimplência das contas e prestações, afinal quem rala para manter-se na classe média zela para não “sujar o nome”. 

Em termos financeiros, há uma amplitude grande que impossibilita aferir qual é a renda dessa tal classe média. De qualquer forma, a disparidade é tão gritante que revela o desconhecimento e distanciamento da realidade. Distanciamento que enganou Lula e o dirigiu ao “sincericídio”.

Sua (Lula) realidade é entre jatinhos (sempre de um amigo), vinhos premiados e praia particular, portanto, classe alta. Há muito tempo desconhecendo um carrinho popular e um cômodo puxadinho, o eterno presidenciável acredita que é rico quem a classe média pertence.

Eles odeiam a classe média porque ela não recorre ao BNDES nem recebe o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), portanto, não depende de governo nenhum. Alguns serviços, apesar de pagos nos impostos, são readquiridos na iniciativa privada: plano de saúde, segurança privada e ensino particular.

É isso.



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