Os Centauros - Parte 1

Filhos do Sol e da Nuvem de Chuva
Cabeça torso e braços de homem
Sobre corpo de cavalo

Figuram na arte antiga em geral
Na grande escultura nas estatuetas
Cerâmicas e pinturas

Baixos relevos no friso do Partenon
Encenam a batalha com os Lápidas
Em Pompéia Nesso e Dejanira

Aparecem várias vezes
Os encontramos ainda
Nos cortejos de Dioniso

Entre Faunos
Ninfas e Mênades
Sátiros Eros e Pã

Citados em diversos mitos
Sendo um dos mais famosos
A Batalha Contra os Centauros

Narrada por Ovídio em Metamorfoses
Viviam nas cavernas das florestas
Dos montes Pélion e Ossa

Embora associados a episódios
De barbárie e numerosos delitos
Representam também

O comportamento civilizado
Contido por exemplo
Na hospitalidade do pacífico Folo

Ou na sapiência de Quíron
Respeitado educador de heróis
Doutor em Iátrica Agonística Mântica

E tantas outras ciências
Sendo a sua função mais nobre e indispensável
Fazer passar aos jovens e heróis

Por ritos iniciáticos
Outorgando-os o direito
Para participar

Da vida da pólis
E a espiritualidade necessária
Para que pudessem enfrentar

Qualquer desafio e gesta
Recebeu de Héracles
Sem o querer

Quando do Massacre de Foloe
Uma flecha envenenada
Provocando-lhe um ferimento incurável

(A caminho para capturar o javali de Erimanto
Héracles parou para passar a noite
Na floresta de Foloe

E foi encontrado por Folo
Que o alertou do perigo
De pernoitar ali

Devido à fúria e selvageria
Dos outros Centauros
Oferecendo a sua hospitalidade

Insistiu para que o herói
Passasse a noite na sua caverna
Onde preparou um delicioso banquete

No decorrer do simpósio
Héracles perguntou
Se não haveria ali

Um pouco de vinho
E Folo respondeu que sim
Um odre cheio disse e que o vinho

Dos Centauros era o melhor de todos
Mas não poderia abri-lo
Pois certamente o cheiro

Atrairia os demais da sua espécie
Héracles ignorou o perigo
E insistiu para que bebessem

Assim Folo abriu o odre
E ambos beberam
Mas o aroma inebriante

Do maravilhoso néctar
Chegou até aos outros Centauros
Que partiram extasiados

Ao seu encontro
Tendo Folo e Héracles
A vontade da fome e da sede saciado

E principiado a descançar na caverna
Ouviram o tropel que se aproximava
Héracles então preparou

Suas mortais flechas
Embebidas no sangue da Hidra de Lerna
E o combate desigual iniciou

Mesmo munidos de tochas
Troncos e rochedos os Centauros
Sofreram incrível derrota

E bateram em retirada
Perseguidos por Héracles
Que os expulsou

Daquela região
Fazendo com que se dispersassem
Em várias direções

Alguns Centauros
Foram se abrigar em Tessália
Onde vivia Quíron

E ali a luta prosseguiu)

Foi um grande médico
Que sabia compreender
Muito bem aos seus pacientes

Pois era um médico ferido
Teve como discipulos Ájax e Aquiles
Héracles Hipólito Jasão Nestor

Odisseu Palamedes Teseu e tantos outros
Recolhido na célebre gruta
O pacífico e justo Quíron

Sofrendo de dores terríveis e incessantes
Desejou morrer mas era imortal
Então Héracles fez um acordo com Zeus

Trocando a imortalidade de Quíron
Pela vida de Prometeu
(Que roubara dos deuses o fogo

E o dera aos homens
E por isso fora condenado
A padecer eternamente

Amarrado a um rochedo
Enquanto uma águia devorava o seu fígado
Que voltava a crescer durante a noite)

Prometeu cedeu-lhe seu direito à morte
E Quíron pode descançar em paz subindo
Ao céu sob a forma da constelação do Sagitário


Nota do autor: a Parte 2 do poema, intitulada "A Batalha Contra os Centauros e o Rápto de Alcíone", encontra-se em fase de revisão e tão logo seja finalizada, a publicarei neste espaço.


(em, Perto Dois e Os Centauros)
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