TITOpsico

TITOpsico

nem poeta, nem escritor, nem autor; somente um candidato a encantador. Encantador de Mentes, mesmo que entendam dementes.

1969
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Muitos Joões em Duas Mãos: uma lição que não tem fim não!

Então era um sábado e semsaber entrei numa classe diferente e tinha muita gente. Tive a aula na qual oprofessor nem sabe que acabou dando a mim como também a milhares de pessoas,creio.

Era Clássicos que não entendodireito, pois não sou especialista em música, mas lá estava eu ‘viajando’ entrenotas e tons, entre compassos e traços e aquele mestre encarnando ou encantandoou sei lá o que, vivenciado momentos mágicos.
Parece até perseguição, poishá tempos vi o mesmo tanto na TV, como na internet e me dou de cara com estetal professor que professa realidades sonhadas.
João Carlos Martins é o nomedo professor.
A sala de aula era uma tela deTV do canal Cultura. Os alunos presentes e os invisíveis ausentes, creio que milhõessubmetidos todos a uma mesma magia, emoção e alguns até em plena transposiçãoda realidade para algo místico.
O Maestro João Carlos Martins,que por si só como musicista e sua história como pessoa são lições dignas de méritose deveriam ser objetos para estudantes desde as séries iniciais até nos cursosde doutos; pois além de músico clássico é popular, com perfil e mensagens parapassar, que podemos crer ser muito mais importante que muitos cálculos matemáticos,físicos ou químicos.
Ah! Tem também as teorias psicossociaisque merecem apreender com tal mestre paradigmas das relações mentais emetafísicas pois não é por mero acaso que ele age assim, ou por determinaçãopessoal ou porque nasceu em um berço esplêndido.
O mestre João Carlos Martinstem algo que somente algumas figuras humanas conseguem nos fazer aprender eapreender, e nos prende de forma subliminar.
Este teimoso humano tem algo,ou alguma similaridade com outras figuras que passaram pelo nosso século, comopor exemplo: Luiz Gonzaga, Cora Coralina, Carlos Gomes, Ariano Suassuna,Vinicius de Morais, Tom Jobim, Joãozinho Trinta, Chico Xavier, Ayrton Senna, ElisRegina; entre tantos outros.
Este torcedor da Portuguesa deDesportos tem como antecedentes elementos, itens e passagens que, sem mesmosaber, torna-se uma atleta exponencial de nossa cultura brasileira. Digno deser tratado como Excelência ou como nas histórias infantis um de nossos heróis,enfeitiçando-nos de um jeito que não tem mais jeito de se livrar; graças adeus!
É um astro que entra em camponas vidas das pessoas, sem também conhecer as mesmas, marca-as com tamanhaprofundidade e com tanta emoção que estou seriamente pensando em arriscardenunciá-lo, para algum conselho profissional, pelo uso devido como terapeuta daalma através da música e expressão afetivo-emocional.
Se Freud ainda fosse vivo achoque dispensaria o divã e iria fazer as análises em um palco cheio deinstrumentos e cantos sob a regência deste pianista maestral. Se Einsteintivesse esta oportunidade de curti-lo jamais iria perder seu tempo embaixo deum pé de maçã, mas sim iria ver a gravidade dos toques, gestos e docilidadedeste inventor de cenários.
Se Cabral tivesse conhecimentodo mesmo antes de chegar a Santa Cruz da Cabrália, certamente teria deletadotal aventura de abuso contra os dos negros e então o Brasil seria descobertopor um outro João, o Bach que viria pra cá para ensinar e aprender a fazermúsica temperamental.
Creio que se Carlos Gomesestivesse esperado mais um pouquinho é bem provável que iria compor uma óperacom muita emoção, docilidade, alternâncias e impacto, retratando na mesma afigura de um moleque travesso que virou maestro.
Entendo que João CarlosMartins não é mero modelo para que outras pessoas com dificuldades venham a seguirou se superar, mas muito mais que isto.
O Maestro João, que talveztenha algo da encarnação de Bach (aquele outro João) é sim uma disciplina vivapara ser estudado, analisado, vivenciado, curtido, decorado, dançado, ouvido,sentido e praticado em todas as instâncias educacionais, organizacionais einstitucionais.
Quem não conhece João CarlosMartins sugiro imaginar 6.000 crianças encantando platéias em palcos deste país,ou mais de 30 orquestras construídas com a participação de menores proletáriosou imagine você receber uma carta de um jovem da Fundação Casa (ex-delinquente,como costumamos rotular) e ler: “TioMaestro a música venceu o crime”, graças a investimento joanino (relativo àJoão) que foi feito junto aosadolescentes daquela instituição.
Estas são as ‘coisas’ desteJoão Campeão, teimoso, são estes dados que têm a vibração e a afetividade de ummaestro que é muito mais que um maestro: é o exemplo de humildade comresponsividade, com criatividade e com dignidade.
Se a música venceu o crime,estas jornadas joaninas estão vencendo a descrença de quem não sonha acordado,ou para alguns que ainda acham impossível um país como o nosso ter 1.000orquestras com garotos da periferia e gerando cidadania.
Ei João, acorda! És referêncianacional e internacional e agora não tem jeito não...aguenta a gente João!
Aguente diante de quem te diz‘não’, ou aquelas ‘ótoridadis’ que sósabem se aproveitar de tua imagem e tentar angariar votos numa eleição.
Ei João! Acorda, mestrefulião, que o carnaval não acabou não e a cada apresentação tu aumenta o bandode loucos desfilando em tuas aulas com muita emoção.
Ei! João! Que bom que vocênasceu no Brasil, pois assim você pode virar samba-enrêdo nas avenidas denossas mentes, gerar orquestras em todo canto e assim criar o ‘encanto’ paraquem havia só desencanto.
Ei! João, continue mostrandocomo é possível criar o impossível pela teimosia de crer em si mesmo; serMestre sem esnobar os ‘títulos’ que são comuns aos incompetentes, mas simrevelar-se sempre com a humildade que não lhe impede a receber méritos da maisprofunda credibilidade.
Ei! João! Lá vem o Bexiga, talqual num desfile de tua escola de samba, lá estamos todos nós, um bando deloucos, a maioria ocultos e analfabetos em relação à música clássica, masletrados em tuas lições de amor e ousadia, de persistência e criatividade, deloucuras reais e saudáveis, tal qual um João Valentão, cantado pela pimentinhaElis, quando dizia:

“Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo
Do que sua terra, não há.”

E nesta terra de tantos ‘Joõesninguém’ você nos mostra nova visão através desta missão de gerar cidadãosatravés de teus sonhos, gestos, expressões, sorrisos, canções, toques eemoções.
Caro João valentão!

'Feliz da Vida, lá vem o Bexiga Exemplode comunidade...
A música venceu, O dom é a luz que vem deDeus..
A emoção, Vai-Vai esplandeceu...'

Este moleque travesso quechega a fazer uma escola de samba atravessar num palco se misturando comMozart; ou que atravessa uma avenida e dando lições de entusiasmo, criatividadee com simplicidade numa salada deliciosa entre negros, brancos, morenos,loiros, mulatos; enfim todos sob uma alma cativa que extrapola teus gestos eteu ser. Vai, Vai João!
João de muitos ‘Joões’, algunsque nem sabem ler não. Este João saracura que faz da música uma religiãoligando pessoas que jamais teriam tais ligações por outros meios, pois ele é oinventor de sonhos acordados e ousados.
João Carlos Martins é umamistura de muitos Joões sim!
Um João que era Bach alemão, outroque era João que era o símbolo dos dribles de um menino de pernas tortaschamado Garrincha de nossa Seleção e este de mãos tortas que dribla e inventa, encantaaté os acometidos por uma doença moderna chamada ‘surdez musical’.
Ei João! A Música Venceu eentão somos campeões mundiais graças ao teu DNA. Sim, isto é coisa de DNA, simDNA.
Não aquele DNA que é exploradonos programinhas de TV de terceiro nível, mas sim um DNA que está estampado emtua história, tua saga, tua ousadia ou tua loucura saudável.
DNA que oculta tuaDeterminação, Naturalidade e Alegria.
É este o teu DNA, Mestre JoãoCarlos Martins de mares que jamais terão fins, pois mesmo que não entenda,estás deixando legados significativos e marcantes em mentes e cidadãos que nemsabem de Mozart, Beethoven, Carlos Gomes, Tom Jobim e outros tantos tons.
Isto é loucura, caro João! Simloucura sim, pois somente um louco e genial pode gerar uma história como a tua.
Loucura sim como estácomprovado no documentário “Quis o destino”. Loucuras como a tua magistral invasãono Carnegie Hall pela primeira vez com uma orquestra brasileira dando showinesquecível.
João Carlos Martins que faz deJoão Sebastião Bach um alemão brasileiro em todos os cantos e canteiros. És simJoão, dono do Maracanazinho lotado degente simples para curtir aquelas meninas cegas num canto e dança de emoçãoprofunda.
João, em um pais que se dizespecializado em dribles, dribla a assertiva trágica de uma paralisia manual eme faz lembrar que este tem algo de um outro João. Um outro também estrangeiro,também menino travesso que um dia me pediu para imaginar, imaginar, imaginar.
Então João, que não és Lennon,mas tens a mesma travessura de quem ressuscita algo que não está morto, querenasce algo que não existe, que cria em crises criadas sei lá por quem e fazobras de arte em humanos outrora rejeitados.
Veja só João! João que foiparaParaisópolis, tomou estepaís como sua metrópole e por onde passa provoca delírios, aplausos, mudanças ehipnose.
João, veja como és outros Joõestambém, tal qual como aquele João Lennon que um dia nas Nova Iorques da vida afirmou:
“Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único. Tenho aesperança de que um dia você se juntará a nós e o mundo viverá como um só.”
João Carlos Martins que metraz a lembrança de meu próprio pai, também acometido de deficiência no braçodireito: amputado. Mas em momento algum o Senhor Antenor deixou de ser ousado,criativo, músico da gaita de boca, inventor de coisas e alegria contagiante.
Meu pai, Antenor acho quetinha as antenas ligadas em outras energias e suas notas eram de tenor vibranteque jamais se deixava abater; coisas que o Senhor João Carlos Martins conhecebem.
João, digno brasileiro queferve como uma brasa de emoção e dedicação ao próximo. Que merece ser inscriçãona bandeira deste país e assim passaria a ser então:
“JOÃO, ORDEM E PROGRESSO”
Assim, todos os demaisbrasileiros iriam pensar, sentir, vivenciar, vibrar, torcer, gerar, gritar Goooooooool Mais um Goooool brasileiro!Goool do Mestre Maestro JOÃO CARLOS MARTINS BRASILEIRO.
Sr. João Carlos Martins és oúnico culpado disto tudo.
E agora não adianta reclamar,pois quem mandou cativar, agora agüente, já que mesmo que não aceite és umprofessor, que professa aulas e lições das mais diversas, tal como naexpressão:
'Para ter sucesso é preciso a disciplinade um atleta
e a alma de um poeta'
Maestro João Carlos Martins,que já foi objeto de livros, filmes, documentários, entrevistas, reportagens, samba-enrêdos,novelas e tantos outros registros. Só está faltando uma coisa, creio.
Falta agora o Brasil, como umtodo, descobrir o Maestro JOÃO CARLOS MARTINS, desde as escolas até as feiraslivres, desde as rodoviárias até as vias aéreas, desde os joguinhos dasescolinhas de futebol até as posturas das autoridades constituídas deste país.
Falta só isto! E isto só, nãocabe em nada ao maestro, mas sim cabe a cada um de nós brasileiros que ocurtirem, ouvirem, assistirem e enfim vivenciarem este ídolo vivo e proativo deum país verde-amarelo.
Está faltando pouco, tenhapaciência caro Mestre Maestro.
Paz e ciência!
Caro Maestro Mestre,finalizando quero registrar que estava me sentindo algo estranho, por causa deminhas próprias palavras, achando como que excedendo limites ou ficando semrazões de tantos registros.
Mas enfim, me tranqüilizeilogo ao ler uma nota do jornal Le Figaro, de alguns anos atrás quando ao sereportar a vossa pessoa afirmou:
“Martins parece possuído, livre, hipnotizantede uma forma até demoníaca. Suas interpretações são fulgurantes.” Le Figaro
Caro Mestre Maestro JoãoCarlos Martins, ainda bem que não estou só nestas percepções a teu respeito ete respeito com o máximo de dignidade que mereces. Até mais!
“Vai, Vai Joãooooo e Goooooool !”

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