Tenho uma folha em branco diante de mim,
Cabem tantas coisas quantos os meus dilemas,
Nesta folha cabem sorrisos,olhares e gestos,
Jeitos indigestos,críticas,tristezas e alegrias,
Uma infinidade de emoções transitórias,
Histórias com rimas ou sem rimas,
sofismas,paralogismos,máximas e...
A sua mente individual seguirá o curso.
Afinal, você está lendo tudo isso;
Talvez esteja se perguntando onde está a poesia;
Enquanto tomo uns goles generosos de café,
Percebendo a noite pela janela do meu quarto,
Sentindo o cheiro das flores do meu jardim,
Ouvindo os cães ladrarem enfurecidos,
Deixando meus pensamentos voarem,
Sem medo de pousar em outra mente.
A lua está lá fora serena e calma,
A minh'alma agitada cheia de ousadia,
Aventura-se na loucura do tempo,
Querendo escrever um poema,
Rindo-se do meu corpo com uma pena na mão,
Fazendo alguns rabiscos com os dedos ansiosos,
Pensando em alguns poetas que já li,
Buscando alguma ideia que valha o sacrifício.
São seis horas da manhã,
Acabei de acordar de um longo cochilo,
Com o sol dando-me bom dia,
O café esfriou na xícara cansada de me esperar,
A lua se foi sem ao menos se despedir,
Na folha caída ao chão tem algo escrito,
Será um poema?
Mais tarde tomarei coragem para saber.
Sirlânio Jorge Dias Gomes