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Poemas
Victor Araújo
Apreciador da arte e da peculiaridade do estético.
1992-06-01 Natal -RN
11121
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6
Alguns Poemas
CONFIGURAÇÕES RECOMENDADAS
Vivendo através de configurações recomendadas
perseguindo tesouros abstratos,
todas as ações tornam-se instrumentalizadas para esse fim.
A contínua substituição do viver pelo existir
é um fato dramático que,
por sua vez,
abre uma bifurcação no caminho: robotização ou niilismo?
CANSADO
Estou cansado.
Cansado de mim,
cansado do mundo.
Deito meu corpo.
A mente permanece inquieta.
Buscando algum sentido
em algum lugar.
Cansado permaneço
como meu estado
estado de espírito.
Aguardo os momentos
onde irei revigorar.
Faíscas de ilusão.
Pequenos escapes.
A ESTRADA DOS PERDEDORES
Vagando como vagueiam os perdedores
pelo rastro da própria sombra segue-se em desalento.
Um corpo desafeto e desalmado
a si mesmo refugia-se em temores.
Pela porta de uma igreja ou quem sabe pela janela de um hospício
esses homens perdem-se em redemoinhos de seu tempo.
A constante espera por um significado.
O rompimento das cadeias de previsibilidade.
No lapso da loucura transcendem os moribundos da razão.
Ondas de conturbações anseiam adentrar no estático paradigma.
Por essas estradas abertas vagueiam os perdedores.
BASTARDO
Eu sou o filho bastardo
largado nas sombras da escuridão.
Entre as fronteiras da selva
e os limites da peregrinação.
Pelas migalhas da sorte,
eu me fortaleço.
Pelos vacilos do acaso,
na chacina, amanheço.
Miséria da caridade.
sobrevivente do medo.
Decidido a implodir
a erupção do caos.
IMPOSIÇÃO
Rabiscando sobre um papel amassado,
a mão navega livre o papel
enquanto navego sobre os meus pensamentos.
Por momentos,
as coisas parecem não terem importância.
Tudo vago, impreciso...
Passageiro.
Alguém me toca o ombro,
não sei se despertei ou adormeci.
Observo a letalidade da força.
A autoproclamação da realidade enquanto realidade.
Reivindica para si o absoluto.
O epicentro da totalidade.
Atravessa minha mente
na velocidade da luz.
SUBVERSIVIDADE
Contestar a ordem.
Desligar os televisores.
Estimular o caos.
Por fim a era dos detentores.
A FUGA
Me perco em tudo.
Me perco em nada.
Olho para o acaso:
pessoas teleguiadas, conduzidas pelos mais variados motivos.
Orgulhos, vaidades, compaixão...
A complexidade que permeia o cotidiano.
Imersos em um calabouço de certezas,
navegando em um barco sem rumo dentro de um oceano de abismo.
A mente o tempo todo maquinando.
A percepção não para de bater na minha porta.
Queria realmente fechar os olhos
e deixar-me conduzir pelo fluxo dos meus pensamentos,
mas, a todo momento, essa força me sacode.
A fuga escapa pelos meus dedos enquanto observo as folhas caírem
e os jornais que cantam fatalidades.
Banalidades...
Me perco em tudo.
Me perco em nada.
A FARSA QUE NÓS VIVEMOS
As coisas mudaram,
mas a farsa continua a mesma.
A essência do interesse permanece
como uma sólida rocha milenar.
A perversidade como efeito do poder.
O direito de imbecializar-se.
A religião que apenas complementa
a saciedade nefasta das criaturas.
A supremacia do material eclode,
em sua insanidade,
a idiotização do proprietário.
O dinheiro como epicentro do todo.
Um reino de valores ilusórios.
Falsos paladinos da justiça social.
A opressão dos falsos oprimidos.
A farsa que nós vivemos.
DILEMAS
Solenemente diante das expectativas
trazem consigo lamentos.
Vazios de um tempo sem tempo algum.
Girando tornados sobre si mesmos,
as cabeças que voam até o topo do eixo
deslizam e escorregam pelas fatalidades.
Assim, se foram, se vão, se esvaem
na medida simetricamente desigual
das curvas do mercado financeiro.
Pensar o que? Pensar em quem?
Individualismo e coletivismo
Duas faces da mesma moeda?
Hipocrisias diante do nada?
Talvez, para além do bem e do mal.
Da banalidade das necessidades.
Das necessidades banais.
Paraísos de refúgios
A boa cabeça feita
Sequer um relapso de ressentimento
Lutar para que? Lutar por quem?
Nebulosas contradições
O impedimento da moral
Há espaço para a esperteza?
Há espaço para a covardia?
PREVISIBILIDADE
Onde tudo é sólido, artificial e previsível,
sou volátil, natural e risco.
Onde tudo é falsamente construído,
tomo um martelo para quebrar esses muros.
Sim, é um jogo de cartas marcadas.
Sabemos que não há espaço.
Nego-me a sentar convosco.
Exijo a destruição da vossa mesa.
Adaptar-se é uma forma de prisão.
Quem dá os termos?
A cada dia não enxergo uma única fresta de luz.
Apenas mal-estar e desconforto.
Não assinei nenhum contrato.
Essa força cada vez mais esmaga.
Só existem falsas possibilidades,
onde tudo é o que não deveria ser.
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