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Poemas
Victor Araújo
Apreciador da arte e da peculiaridade do estético.
1992-06-01 Natal -RN
11086
0
6
Alguns Poemas
ATÔNITO
Olho para o relógio
atônito, confuso.
Convenço-me de que
minha hora já passou.
Ao redor,
as pessoas tem pressa
em um contínuo ritmo:
alucinado, frenético.
No fundo,
alguma esperança
de mudança
Reside juntamente com a descrença.
Não posso deixar de sonhar,
caso isso seja minha essência.
Não quero esperar
a minha hora que já passou.
JAULAS INVISÍVEIS
Eu queria dormir e acordar com a certeza da incerteza.
Olhar pela janela e ver um mar de desconhecidos,
contemplar a diversidade.
Eu queria que o hoje não fosse igual ao ontem
e muito menos ao amanhã.
Poder sair na rua e me ver diante de infinitas possibilidades,
mas estou preso no estático.
No lugar onde nada muda, apenas deteriora-se.
Onde tudo é previsível
e a única certeza é a do desgaste.
Jaulas invisíveis tornam-se mais sólidas.
A esperança morreu.
Onde o sol nasce por hábito.
Onde o relógio move-se por falta do que fazer.
A Iminência
Talvez você possa ouvir
a voz que clama por justiça,
os passos da própria mudança
e qualquer transformação por vir.
Talvez você possa ouvir
a iminência de uma revolução,
o tremor de um ajuste de contas
e um rearranjo na ordem de tudo.
DILEMAS
Solenemente diante das expectativas
trazem consigo lamentos.
Vazios de um tempo sem tempo algum.
Girando tornados sobre si mesmos,
as cabeças que voam até o topo do eixo
deslizam e escorregam pelas fatalidades.
Assim, se foram, se vão, se esvaem
na medida simetricamente desigual
das curvas do mercado financeiro.
Pensar o que? Pensar em quem?
Individualismo e coletivismo
Duas faces da mesma moeda?
Hipocrisias diante do nada?
Talvez, para além do bem e do mal.
Da banalidade das necessidades.
Das necessidades banais.
Paraísos de refúgios
A boa cabeça feita
Sequer um relapso de ressentimento
Lutar para que? Lutar por quem?
Nebulosas contradições
O impedimento da moral
Há espaço para a esperteza?
Há espaço para a covardia?
A ESTRADA DOS PERDEDORES
Vagando como vagueiam os perdedores
pelo rastro da própria sombra segue-se em desalento.
Um corpo desafeto e desalmado
a si mesmo refugia-se em temores.
Pela porta de uma igreja ou quem sabe pela janela de um hospício
esses homens perdem-se em redemoinhos de seu tempo.
A constante espera por um significado.
O rompimento das cadeias de previsibilidade.
No lapso da loucura transcendem os moribundos da razão.
Ondas de conturbações anseiam adentrar no estático paradigma.
Por essas estradas abertas vagueiam os perdedores.
INCERTO
O homem de ontem
que se dispara contra o hoje.
Rechaçado pela angústia.
Fragmentado pelas dores.
O homem de hoje
se ergue para o incerto.
Rastejante da necessidade.
Circulando no deserto.
O homem do incerto
projeta-se para o túmulo.
Olhando para trás.
O destino obscuro.
BASTARDO
Eu sou o filho bastardo
largado nas sombras da escuridão.
Entre as fronteiras da selva
e os limites da peregrinação.
Pelas migalhas da sorte,
eu me fortaleço.
Pelos vacilos do acaso,
na chacina, amanheço.
Miséria da caridade.
sobrevivente do medo.
Decidido a implodir
a erupção do caos.
PREVISIBILIDADE
Onde tudo é sólido, artificial e previsível,
sou volátil, natural e risco.
Onde tudo é falsamente construído,
tomo um martelo para quebrar esses muros.
Sim, é um jogo de cartas marcadas.
Sabemos que não há espaço.
Nego-me a sentar convosco.
Exijo a destruição da vossa mesa.
Adaptar-se é uma forma de prisão.
Quem dá os termos?
A cada dia não enxergo uma única fresta de luz.
Apenas mal-estar e desconforto.
Não assinei nenhum contrato.
Essa força cada vez mais esmaga.
Só existem falsas possibilidades,
onde tudo é o que não deveria ser.
A FUGA
Me perco em tudo.
Me perco em nada.
Olho para o acaso:
pessoas teleguiadas, conduzidas pelos mais variados motivos.
Orgulhos, vaidades, compaixão...
A complexidade que permeia o cotidiano.
Imersos em um calabouço de certezas,
navegando em um barco sem rumo dentro de um oceano de abismo.
A mente o tempo todo maquinando.
A percepção não para de bater na minha porta.
Queria realmente fechar os olhos
e deixar-me conduzir pelo fluxo dos meus pensamentos,
mas, a todo momento, essa força me sacode.
A fuga escapa pelos meus dedos enquanto observo as folhas caírem
e os jornais que cantam fatalidades.
Banalidades...
Me perco em tudo.
Me perco em nada.
IMPOSIÇÃO
Rabiscando sobre um papel amassado,
a mão navega livre o papel
enquanto navego sobre os meus pensamentos.
Por momentos,
as coisas parecem não terem importância.
Tudo vago, impreciso...
Passageiro.
Alguém me toca o ombro,
não sei se despertei ou adormeci.
Observo a letalidade da força.
A autoproclamação da realidade enquanto realidade.
Reivindica para si o absoluto.
O epicentro da totalidade.
Atravessa minha mente
na velocidade da luz.
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