Alguns Poemas

Quem é Deus?

Dia desses perguntaram-me: qual a sua minha religião? Respondi já fui espírita, umbandista e por vezes fui cristão.

Retornei essa pergunta a quem me havia questionado. Afinal eu não sabia o objetivo do frustrado.

Disse ele que queria converter meu coração, que nessa terra de maldades só Jesus é salvação.

Ele era um desses homens, que se vestia “chiquetoso”. Terno cinza, gravata preta, se dizia caridoso.

Recomendou-me ainda o homem, que eu lesse o livro sagrado, a bíblia que quando criança meus pais já me haviam dado.

Eu deixei que ele falasse, respeitei seu o espaço. Olhe quanta ousadia, um tremendo embaraço.

Ele foi repreendendo todo vício e bruxedo. Falava alto aquele homem “Jesus Cristo é meu rochedo”.

Com suas mãos ainda impostas, repudiava meus trejeitos. Tatuagem pelo corpo, ele só via em mim defeitos.

E dizia ainda o homem, tá queimado tuuuudo o que não é de Deus. Gays, prostitutas, drogados e sobretudo os ateus.

Depois de todo o seu sermão, que ouvi com atenção, pedi-lhe um instante, pois queria também eu falar de Deus ao petulante.

Comecei dizendo a ele que não era bem assim. O que o homem traz consigo, nunca é de todo ruim. Que Deus vê o coração e não quer ser justiceiro. Quem nasceu de dentro dele, vive nele por inteiro.

Seja gay ou prostituta, um leproso ou um ladrão, Deus conhece a cada um como a palma da sua mão. Ele sabe dos motivos, ele sonda a intenção. Nele não cabe julgamento, Jesus Cristo é perdão.

Enquanto tu olhas o externo, Deus nos vê de outro jeito. Ele não olha a couraça, ele não impõe mordaça, diferente é seu conceito.

Seja Deus ou seja Alá, seja Buda ou Oxalá, respeite a minha cultura, que é tu pra me falar? Deus é tudo e tudo é Deus, Ele está em todo lugar. E pra que Ele te habite, basta que tu saiba amar.

Me respeite meu irmão, eu não sou um pecador. Sou apenas um menino, caminheiro amador.

Sobre amor e liberdade

Hoje eu quero te falar

Sobre amor e liberdade

Não quero ofender ninguém

Não sou senhor da verdade

Releia se necessário

Repense esse cenário

De tanta deformidade

 

 

Tá todo mundo cansado

De gente autoritária

Se acham donas do mundo

No fundo são solitárias

Impõem convicção

E ditam condenação

Se acham as solidárias

 

Respeite as minhas escolhas

Só eu tenho o poder de escolher

Caminho com as próprias pernas

E como eu bem entender

Respeite o meu espaço

O tempo do meu compasso

Não queira me esclarecer

 

Não barre a minha vida

Que eu não barrarei a tua

Se tu não te sentes bem

Se afaste ou então me exclua

Não dite o meu caminho

Eu sei bem andar sozinho

Pense nisso e evolua

Quando paro pra te olhar

O que vejo é abismo

Veja só que coisa feia

Um verdadeiro maluquismo

Tu ainda não aprendeu

Que esse espaço aqui é meu

Não me venha com cinismo

 

 

Não tente me doutrinar

Vivo do jeito que eu sou

Se pro inferno me mandarem

Para lá sou eu quem vou

E sobre esse desatino

A sentença eu mesmo assino

Foi Jesus quem ensinou

 

Mas vamos mudar de assunto

Que eu quero falar de paz

Então comece por agora

Eu bem sei que tu é capaz

Pra viver a caridade

Respeite a minha liberdade

Isso sim me satisfaz

 

 

Aproveito essas linhas

Pra também falar de amor

O que não pode nessa terra

É se tornar um opressor

Tenha muita humildade

Instigue essa faculdade

E não seja um malfeitor

 

EU vou terminar dizendo

Com muita sinceridade

Tá cheio de gente doente

Passando por esta vida

Abrindo muita ferida

No ceio da humanidade

Pro dia começar bem

Vou te jogar a real, tem dia que o dia nem começa e a gente já tá passando mal. Não sei você, mas eu fico irritado, sobretudo quando sinto que tá tudo estagnado.
Até mesmo os sentimentos, costumeiramente equilibrados, hoje, justo hoje estão todos misturados.
Deve ser essa rotina, passam-se os dias e ela nunca termina. Não tem pra onde correr, ou você enfrenta ou você se senta e lamenta.
A vida parece que tem pressa, e pra seguir seu ritmo tem que caminhar. E aqui tem de tudo, só não tem espaço pra quem quer desanimar.
Tem que correr se quiser pegar o trem, o jogo aqui é duro, corpo mole não cai bem.
 
Eu não sei como é que a vida te colocou nesses trilhos. Mas de pancada em pancada parece que aos poucos a gente vai perdendo o brilho.
Mas posso te dar um conselho? Tente não ficar assim. Amanhã é outro dia, e o de hoje logo logo chega ao fim.
Quando se deitar, abrace o seu travesseiro. Sinta-se acolhido e afagado por inteiro. Inclusive, chore, pois, chorar faz bem e mesmo se alguém perceber, se sinta forte, só você sabe o que te faz doer.
Não de tanto ouvido às inúmeras exigências dessa vida. Cuide de si, dos sentimentos, das feridas.
O tempo passa, o trabalho fica, o estudo fica e o dinheiro também. E no final, só permanecem as coisas boas que te fazem bem.
 
Então, meu irmão, pra que tudo possa melhorar, primeiro você precisa parar um pouquinho de se cobrar. Abrace mais, abrace com sentimento. Lembra das pessoas boas que te dão sustento.
Não to falando de comida não, to falando das pessoas que estão contigo e que sabendo dos teus lutos de dão abrigo.
E quando o seu dia começar assim, olhe pro céu e faça uma prece de boa energia, chama teu guia, faz uma orgia... de paz, amor e esperança. Não deixe que o medo faça peso nessa balança.
E se você se cansar, qual o problema parar um pouquinho pra descansar? Ninguém aqui é de ferro. Somos feitos de carne, de carne que chora, que sorri e que se enamora.
Quem vai dizer que amar a si mesmo é algo impróprio. Então começa de novo, e quando acordar, antes de tudo, tenha amor próprio.

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