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Chanceler

Chanceler

2000-09-23 Rio De Janeiro
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Alguns Poemas

Infiltrara

A água infiltrara as paredes e teto
Vento espalhara os talheres da cozinha
Gotas d'água caiam em seus óculos

Tentava ao máximo limpar a desordem
Ela sorria e o observava num canto
Puxava seu vestido quando ele olhava

Quarto Cubico

Progressivamente agravasse em solidão
Timidez e remorso de suas interações
Continuamente os hospedes crescem

Tolhido no quarto cubico branco pálido
Enquanto jejua involuntariamente
Aquilo que urge por sobre suas mãos

Florinda

Quando A primavera preenche a paisagem
As Onze ninfas regozijam-se livremente
Todas com suas vestimentas pendentes

Algumas de seios nus defronte a lagoa
Com o espirito juvenil de cada moça
Duas delas ainda tentam manter uma ordem

Sonho do Sentenciado de Morte

Uma Visão cinco metros acima das nuvens
As mesmas alastram-se como um mar profundo
Nuvens vermelhas até o horizonte

Com dois corpos celestes semelhantes à lua
Paralelamente um faz frente ao outro
Tal foi o sonho que teve antes da sentença

Outro Sítio

Existe deste um outro teto não finito
Deste céu não descai nevoada ou friagem
Outra luz emanando do horizonte

Vegetação vagamente desaparecida
Mas ele não o deixa dar por preocupado
Em outro sítio ouvem-se minúsculos

Vozes dentro de minha cabeça

Vozes murmuram e vociferam com frequência
Internamente apenas ele as escuta
No espaço estrito de seu crânio

Frases antes ditas por ela eram constantes
Ressoavam cotidianamente sem folga
Perturbando toda sua quietude

Reflete Tudo

Corpo nu refletido nos dois espelhos da sala
Visões diferentes apenas da parte baixa
Buraco de um caco caído no chão

E Quando a garota o encaixa no lugar
O exato mesmo angulo das duas partes
Reflete tudo para fora de sua casa

Bar Vermelho

Quatro idosos portugueses jogam as cartas
Na mesa triangular fora do bar vermelho
Que amanhã estava transmutando-se

Madrugada anterior corpo morto no chão
Ainda estava presente aos pés da mesa
Fumaceira enquanto um dos velhos reclama

Troca de Estação

Desvanecia-se o estacional áureo
Espia mediante a brecha da janela
E alucina vendo pedaços dela

Novamente desaparece a temporada
Os costumeiros devaneios retém-se por fim
Hoje os lábios ademais os ombros

Cigana Adormecida

O Chão se alastra igualmente sem pessoas
O típico calor muda para a friagem
A Mulher carregando poucos pertences

Deita-se na areia onde pouca luz bate
Amanhã ela continuará com seu rumo
A Criatura ao lado a vigiando

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