Historia do turco de Marselha
Minha historia começa muito tempo atrás
mais contarei parte dela em capítulos mas esta parte da minha vida merece se relembrada
Por Charlanes Oliveira Santos
Capito I
A chegada do turco à Marselha
Aurel Bogdan Ovidu filho Basarab Laiotá
chegado em a cidade Marselha dava para ouvir de longe os gritos dos pescadores bem longe da margem era forasteiro aprendi á língua com á minha mãe Luna Ayana Helena de Dubois " cidade Bram Stoker nos arredores Castelo de Bran era com se eu estivesse lá" chegando no leito do rio a calçada alta os bacos ancorava perto das pedra piquetes de madeira fortes sustentava acosta eu queria ficar alir perto da margem não queria domina tudo ali já era suficiente para um ambicioso forasteiro Vieux Port Canebiére ao pé da rua logo desembarque o pescador Luan Vargas de Lincoln senhor hospitaleiro me ajudou com à bagagem por apenas 5 Francos com disse ficaria na margem muito couro a se curado e não seria difícil arranjar lugar pata tanta coisas oitenta e oito por cento da pequena embarcação era minha barganhem então fizemos negocio ali mesmo Senhor Luan já avançado na idade e a temporada de pesca acho que não era boa sorte da minha parte comprei o casarão vizinho da casa dele o espaço era limitado mais o salão de loja era imenso achei melhor ganhar o desconto do transporte e organização das bagagens como disse seria uma ambição do comichão da preguiça falando estamos casados firmamos o acordo mediante o pagamento de boa fé e alguns dobrões de ouro e prata e dirigimos ao cartório as corporações de ofício medievais eram seguidos dos artesões e produtores pescadores e os dias seguintes acho que meu coração já sabia de mais que meu ambicioso pensamento de enriquecer a filha Luana filhado Luan quase remetendo o nome da minha mãe achei melhor encosta a cabeça ali por um tempo
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Minha história começa muito tempo atrás — tanto que os séculos já não me pesam, mas se acumulam em mim como poeira de eras esquecidas. Conto-a agora aos pedaços, porque a memória de um homem que viveu quase mil anos é como um vidro quebrado: ainda reflete, mas nunca por inteiro.
E, no entanto, esta parte… esta parte mereces ser relembrada.
Meu nome é Aurel Bogdan Ovidu, filho de Basarab Laiotă, um senhor de terras da Valáquia — e de algo mais sombrio que corria nas veias dele.
Minha mãe, Luna Ayana Helena de Dubois, era francesa, filha de camponeses de Luberon. Foi dela que herdei o que tenho de humano; dele, o que nunca entendi por inteiro.
Sou fruto de uma união impossível: um homem que nunca morria, e uma mulher que acreditava em milagres.
Não sou vampiro. Não preciso de sangue. Como pão, sinto fome, sinto frio, sinto desejo.
Mas não envelheço como os outros.
E isso basta para me condenar a uma eternidade de partidas.
Quando cheguei à cidade de Marselha, no ano de 1327, a Europa fervilhava em rumores de guerra e comércio. A França cambaleava sob a sombra das tensões que, anos depois, explodiriam na Guerra dos Cem Anos.
E ainda assim, ali, no Vieux-Port, a vida parecia simples.
Eu ouvia de longe os gritos dos pescadores antes mesmo de a embarcação encostar. O vento carregava cheiro de sal e couro curtido. Os barcos dançavam na maré, presos por piquetes de madeira tão antigos que pareciam fazer parte da própria rocha.
Era um forasteiro… mas não completamente estrangeiro. Minha mãe me ensinara o francês quando eu ainda era criança.
“É como se eu estivesse lá”, ela dizia com saudade, olhando para o horizonte que jamais voltou a ver.
Desembarquei carregando mais sonhos do que posses. O pescador que me ajudou com a bagagem, Luan Vargas de Lincoln, era um homem de fala mansa e braços fortes marcados pelo sol de cinquenta anos de mar.
Pediu apenas cinco francos pelo serviço, mas ofereci mais. Ele recusou.
— "Sê forasteiro, mas tens coração limpo. Isto basta." — disse ele.
Conversamos, fizemos negócios, e em poucas horas eu havia comprado o casarão vizinho ao dele, uma construção de pedra com um enorme salão na frente, perfeito para loja ou oficina.
O velho Luan precisava de dinheiro — a temporada de pesca havia sido dura — e eu precisava de um começo.
Pagamos dobrões de ouro e prata, firmamos o contrato no cartório local, e naquela noite ele me convidou para jantar.
Foi a primeira vez que vi sua filha, Luana.
E ali, ao ouvi-la rir perto do fogo, percebi algo que não sentia havia muitos anos:
A vontade de ficar.
Mas homens como eu não ficam.
Não por muito tempo.
Capítulo IV – As Correntes do Mediterrâneo e a Voz que Vem do Futuro
Quando deixei a França para trás, o mundo mudava como nunca antes.
Era o início do século XV — a Europa se preparava para guerras, cruzadas tardias, disputas mercantis, expulsões e fome.
Eu seguia sempre em frente, mas pela primeira vez senti que alguém me acompanhava.
Não nos séculos antigos, mas no futuro.
E tudo começou numa noite em que o mar estava tão calmo que parecia vidro. 1. O Primeiro Sonho: 2012
Dormia no convés de um navio mercante rumo à Sicília quando ouvi uma voz que não era do meu tempo.
Uma voz firme, quente, ritmada como versos.
— “Aurel…”
Abri os olhos — não no navio — mas em um espaço que não tinha paredes, nem céu, nem chão.
Uma bruma luminosa envolvia tudo.
Ali estava ele:
Charlanes Oliveira, um homem de roupas estranhas, com um brilho inteligente nos olhos, nascido num tempo que eu ainda não conhecia: 1982.
— “Não sei por que estou aqui…” — ele disse, olhando ao redor.
— “Mas venho sonhando contigo desde 2012. Toda noite caio nesse lugar.”
Eu não tinha respostas.
— “O sonho não é seu, nem meu.” — respondi.
— “É uma ponte.”
A partir daquele dia, nossas vidas ficaram ligadas por aquilo que ele chamava de sonho — mas que eu sabia ser algo mais profundo, quase espiritual.
Como se uma parte de mim vivesse nele, e uma parte dele encontrasse abrigo na minha consciência.
2. A Verdade Sobre as Visões
As visitas continuaram.
2013.
2014.
2015.
E seguiram até 2025, sempre durante o sono dele, sempre em noites em que minha solidão pesava mais do que a lua.
Charlanes vinha de um mundo acelerado, cheio de máquinas, telas, velocidade.
E ainda assim, naquele espaço onírico, ele falava comigo como se estivéssemos frente a frente em uma taverna antiga.
Conversávamos sobre tudo:
o peso de viver séculos
o medo de amar
os conflitos do presente dele
minhas guerras e perdas
o sentido da existência
a poesia que ele escrevia
e aquilo que nenhum tempo consegue destruir: a alma humana
Eu lhe contava sobre o cerco de Constantinopla, sobre as rotas do Mediterrâneo, sobre a forma como homens aprisionavam outros homens — e como eu libertava quem podia.
Ele me falava das coisas do mundo dele:
Da luz elétrica, dos computadores, das guerras invisíveis feitas por informação.
Do amor moderno, rápido, passageiro.
Da fome por sentido.
Às vezes ele ria, às vezes chorava.
Às vezes eu queria ficar ali, nas palavras dele, onde o tempo não me perseguia.
3. As Noites em que o Poeta Ultrapassou a Gravidade
Houve noites — e poucas pessoas no mundo acreditariam nisso — em que Charlanes viajou tão fundo nesse sonho que ultrapassou o lugar etéreo e entrou dentro da minha memória.
Ele viu o porto de Marselha como eu o vi.
Sentiu o cheiro da peste.
Ouviu Luan morrer.
Viu Luana chorar.
Ele caminhou comigo pelas florestas da Transilvânia.
Tocou as pedras frias do Castelo de Bran.
Sentiu o medo da Igreja na minha pele.
Em algumas noites, ele tentou ver além — ir para outros tempos, outras vidas, futuros possíveis.
Mas era puxado de volta, como se a gravidade do sonho fosse uma força que o prendesse a mim.
— “Por que sempre volto para você?” — perguntava ele.
Eu não sabia ao certo. Mas respondia:
— “Talvez porque alguém precise contar minha história.
E talvez só você possa.”
Ele sorriu.
Era o início do que, séculos depois, se tornaria este livro.
4. Aurel, o Libertador
Enquanto nossos sonhos se cruzavam, minha vida nos séculos antigos seguia seu curso.
Viajei para o Mediterrâneo e me tornei algo inesperado:
um libertador de escravos.
A rota marítima entre o norte da África e a Europa era cruel: navios carregados de homens e mulheres capturados, vendidos em mercados desumanos.
Usei meu conhecimento, minhas forças e minha condição quase imortal para atacá-los, libertá-los e escondê-los em ilhas seguras.
Durante uma dessas missões, encontrei uma jovem judia sefardita chamada Adira, expulsa da Espanha em 1492 com milhares de seu povo.
Era forte.
Era sábia.
E via em mim algo que não ousou nomear.
Mas isso pertence ao próximo capítulo.
Antes de acordar naquela noite, o poeta Charlanes apareceu uma última vez.
— “Aurel… você vive demais.” — disse ele.
— “Mas alguém tem que lembrar.”
E desapareceu como poeira de estrelas.
UM DETALHE
Só tenho 19 capítulos prontos e com ideia do filme tive que parar de escrever por um tempo