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autor independente. Mais de 12 livros publicados na Amazon.

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Alguns Poemas

Amor Mutilado - Dor

Não sabia como tive a coragem de cometer tamanha covardia, se antes já me sentia um lixo, depois disso então tive a certeza que não passava de uma inútil, que reclama da vida sem ter a coragem de lutar para mudar a sua própria situação.

Vendo ele nos meus braços, cobrindo minha roupa com seu sangue, lembrei de tudo que ocorreu em minha vida, dizia que meu sofrimento era causado pelos outros, mas na realidade a única culpada por tudo era eu. Os cortes que fazia não aliviava nada, o que sempre procurei foi um refúgio e quando estava para ser enfim feliz, desperdicei com brigas e ressentimentos.

Afinal, meu maior “talento” é deixar as pessoas maus, é fazê-las infelizes como a mim, se cada gota de sangue trouxesse ele de volta, eu, com certeza, me mutilaria todos os dias e a qualquer hora, mesmo que a dor corrompesse meu corpo, pois pelo menos não destruiria meu coração como está fazendo nesse momento. Esperaria a polícia chegar, não podia fugir, ser covarde novamente provaria que eu não o amava, mas o desespero foi me sufocando e quando ouvi a sirene do carro lá fora, corri até a minha mochila, peguei alguns remédios e também um veneno que comprei pela internet, com o propósito de me matar, e fiz o que realmente era certo.

Quando terminei de tomar todos os comprimidos e o litro de veneno junto, cai no chão e dormir eternamente. Sabia que aquilo era um ato de covardia, mas a dor que sentia não me dava outra opção, o amor que já havia sentido um dia, estava enterrado em um mar de ódio e decepção. Se pudesse mudar tudo, faria, caso tivesse a oportunidade de trazê-lo de volta a vida, trazia, se Deus me desse o poder de transformar toda a tristeza que gerei em felicidade para Peter, aceitaria, mas se me desse o amor negaria. Amar não é apenas um sentimento, não se trata de uma paixão e atração, amar é um talento que muitos tem, mas poucos sabem usar, no mundo são tantos corações partidos que muitos se atrevem a dizer que não vão cometer mais o mesmo erro de amar.

Claro, é mentira, todos nós nos apaixonamos e decepcionamos sempre, são poucos escolhidos pelo destino para serem felizes nesse mundo, quando se trata de uma relação que envolva dois corações sempre haverá conflitos de sentimentos, mas eu não soube levar esses problemas e terminei assim, caída em um chão com minha roupa suja de sangue que pertence ao meu maior amor, e ele do meu lado assassinado cruelmente por uma bala disparada de uma arma que ainda estava na minha mão, mesmo morta eu estava presa as algemas do amor e do ódio, os sentimentos que me destruíram ao longo de meus 14 anos.

por Stefen Hermenegildo

Assassinato - Amor Mutilado

- Vamos Ana, perdeu a coragem?! Me mata agora!

Eu tentava apertar o gatilho mas não conseguia, meus dedos travavam, era o medo misturado com a decepção, naquele momento tudo que tinha cometido veio em minha mente, fiquei culpada sem ter cometido um crime. Não sabia o tempo que duraria pra que a polícia chegasse no apartamento, na realidade não sabia mais de nada, nem porque eu tinha que existir.

- Não sei como eu cheguei a te amar um dia, nunca imaginei que teria um desgosto tão grande assim.

- Eu também me decepcionei muito com você, quando terminou comigo dizendo que a culpa era da distância, fiquei mal, chorei muito e não sai de meu quarto. Você nem ligou pra dor que eu sentia naquele momento, depois disso me tornei frio.

Caminhei em direção a janela com a arma na mão para ver se alguém estava chegando, em seguida olhei para ele vendo suas lágrimas caírem. Só que dessa vez percebi que não eram lágrimas de medo, mas de tristeza mesmo.

- Eu cheguei a te amar tanto, você não tem ideia garota. Ficava noite e dia ansioso para nosso encontro, imaginando como seria, mas agora estamos aqui sendo frios um com o outro.

- Não adianta se arrepender mais, você me fez muito mal, só porque sou uma pessoa sensível.

- Sensível? Não, você é fria!

- Você também, nossos corações se encheram de ódio por culpa de nós mesmo, então não venha jogar a culpa em mim!

- Ah, chega! Não adianta mais, me mata logo, acaba com essa agonia e aproveita pra fugir antes que a polícia chegue!

- Eu não posso! Ainda te amo, não posso fazer isso!

Comecei a chorar compulsivamente, minha mão, tremia demais, ele também chorava e acabou me surpreendendo. Se aproximou de mim rapidamente e segurou o cano do revolver colocando na região de seu coração.

- Vamos, me mata logo. Acaba com tudo isso Ana!

- Eu não posso, se afasta!

- Não! Vamos Ana, me mata!

- Já disse pra se afastar!

Nós gritavamos muito, cada vez mais aumentando o tom de voz, o ódio entre nós era terrível, nem parecia que já tínhamos chegado a nos amar.

- Me mata Ana, meu coração já esta morto há muito tempo mesmo!

- Cala a boca!

Sem saber como fiz isso, apertei o gatilho e fechei os olhos, quando abri, vi Peter ajoelhado em minha frente com os olhos arregalados, sangrando muito e antes que pudesse ajudá-lo, me disse:

- Te amo.

E depois caiu sangrando muito, já sem respirar. A última frase que me disse foi TE AMO, lembrei da promessa que fizemos, me disse um dia que quando chegasse sua hora da morte a sua última frase seria "Te amo", fiquei mais abalada do que estava. O arrependimento veio como um tormento enorme em minha mente mas não adiantava mais, eu havia matado o amor da minha vida.

Por Stefen Hermenegildo

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