

Carol De Bonis
Escreve para mudar os caminhos por onde passa ou perder-se em alguns deles, autora do livro de poemas "Passos ao redor do teu canto" (Ed. Patuá, ProAC, 2015), professora de língua portuguesa e literaturas, estuda pedagogia e atua nas interfaces de promoção da leitura.
1982-12-20 São Paulo
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Sem os vícios
Era bom sem os vícios para encarar o poema com luvas cirúrgicas.
Bom mesmo, estancar o corte para alguma função específica
da lucidez ou da solidão e drenar parte por parte
para lembrar que apesar da faca a foice do tempo
ilude os caminhos dos passos para o outro lado.
Bom sem os vícios, atravessar o lado avesso do poema
como quem cria linhas geométricas de esquecer
lugar sobre lugar até iludir a si sobre seres voluntários
que habitam um hotel periférico da memória.
Ser feito intimidade que não se deixa devastar
pelo vício do calcário de afogar-se em corais
seria o vício da dor entre o instante e o nada
qualquer desvio da natureza? Bom sem os vícios,
para pronunciar em voz alta suas fraturas
curvar-se até o cortejo do insuportável
sedimentar àquele silente a aprendizagem
de quem caminha com a visão distante.
Bom mesmo, estancar o corte para alguma função específica
da lucidez ou da solidão e drenar parte por parte
para lembrar que apesar da faca a foice do tempo
ilude os caminhos dos passos para o outro lado.
Bom sem os vícios, atravessar o lado avesso do poema
como quem cria linhas geométricas de esquecer
lugar sobre lugar até iludir a si sobre seres voluntários
que habitam um hotel periférico da memória.
Ser feito intimidade que não se deixa devastar
pelo vício do calcário de afogar-se em corais
seria o vício da dor entre o instante e o nada
qualquer desvio da natureza? Bom sem os vícios,
para pronunciar em voz alta suas fraturas
curvar-se até o cortejo do insuportável
sedimentar àquele silente a aprendizagem
de quem caminha com a visão distante.
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