AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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na minha morte

na minha morte

estarei presente

mesmo que não a tenha
compreendido

habitarei o fogo

em carne e ossos

e desabitarei a vida

o melhor que possa.
 
minha morte

não existe

os homens é que teimam
em dize-la triste
 
na minha morte

a vida estará presente.

a minha e toda outra

que leve de mim

a compreensão do tarde

e a não compreensão do que se sente.
 
na minha morte

desarquiteto o limite

deixo de ser só homem
adredemente restrito

e caibo na rebelião

de todos os meus sentidos
aqueles que trouxe à mão

e todos os outros que nem tive
 
na minha morte
me definitivo
passo a ser um ego coletivo.
 
 
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