Dia, se houver, espere-o para depois

Sonho de ontem
lembrarei anos adiante
do esquecimento
de viver em paz.

Recordação assaz
presente
sentimento que
ao braço traz

memória

de obra por se construir
de si, mentora.

Desprovida de
parafusos porcas, tarraxas
de graça duvidosa

obra sem idade, de
felicidade torta.

Ressente, jamais
hora alguma
do viver que está por vir

lacuna entre mim
e ti de tudo que é
sem o ter sido dia
sequer.

Que à cada hora faz
reclame de dias
antes, mendicante de
afago.

E qual por trago
sorvido
recorda
porque entre
estar, partir
preferiu apenas
ser, não mais
ter sentido.

Nunca pertencente
desde ventre antes
prosa

dentro de coliseu

que de nossa feita
história mal
contada
arrefece.

Que verso algum
do que lhe sucede
ostenta.

Filha que cedo levanta
e quando dorme, a sonham
Deuses de Atlanta.

Cinquenta talvez
ou dois menores.

Quem saberá?

Você, não eu.

Terra me leve primeiro
e não permita de letras
degredo, premido sono

que é desassossego
do povo que não tem
própria palavra
com a qual se identifique.

Morto pela cega
cultura que à altura
eleva néscio

e coroa sandeus.

 

 

209
0

Mais como isto



Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores