

José Luís Ferreira (Venoi)
Poeta português, pela liberdade das palavras e dos sentires; desalinhado de costumes e crenças, de vénias e aplausos. Lisboeta, feliz.
1951-08-03 Lisboa
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dentro de nós existem casas de paredes nuas
dentro de nós existem casas de paredes nuas
e por habitar vão clareando
as noites
existe um brilho nos degraus mais íntimos
onde vozes antigas nos inquietam
e quase nos sepultam
há um vazio
um crime de frio que nos envolve e aconchega
e respira connosco
o poema hesita ainda na descoberta
assalta-lhe a ideia que se deve mudar
o interior da palavra
construir novas casas
e acariciar o silêncio da noite
procuro a utopia e o poema
enquanto as casas forem o refúgio
e a solidão do eu
não conheço o delírio da palavra
nem o castigo do corpo
a mulher sempre virgem ao parir outros ventos
e outras águas
a mulher fatídica no coração de deus
o poema adormece num beijo
e por habitar vão clareando
as noites
existe um brilho nos degraus mais íntimos
onde vozes antigas nos inquietam
e quase nos sepultam
há um vazio
um crime de frio que nos envolve e aconchega
e respira connosco
o poema hesita ainda na descoberta
assalta-lhe a ideia que se deve mudar
o interior da palavra
construir novas casas
e acariciar o silêncio da noite
procuro a utopia e o poema
enquanto as casas forem o refúgio
e a solidão do eu
não conheço o delírio da palavra
nem o castigo do corpo
a mulher sempre virgem ao parir outros ventos
e outras águas
a mulher fatídica no coração de deus
o poema adormece num beijo
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