Murilo Porfírio

1995-07-28 Minas Gerais
--
11220
0
0

I-LXXII Jaezes de vida e morte

No fim dos tempos, procuro por quem

intente viver neste descontento.

Se há salvação no único mal do coração,

que eu caia em tentação, e perca-me neste abrigo

apertado e restrito, mas sem dimensão.

 

É loucura pensar na lonjura, pois perdemos vidas carregando repulsas,

e andamos de bom ou mau grado, e insistimos correr do acaso.

Como se a alguém a vida pendesse ao bem,

e à ventura, sobrasse o caos das dúvidas:

É genuíno o amor que sinto, é evidente que sou carente,

inevitável o fracasso dos bens escassos, e a morte de meu ente amado.

 

Então se por ventura livrar-me do paraíso, que eu esteja contigo.

Pois lembro-me das vezes que juraste ao infinito:

cada mal a mim, far-te-ias mais cravado ao canhoto amigo.

 

Amo-te com medo, e como já padeço,

resta-me o tempo que me arrasta ao desfecho.
91
1

Mais como isto



Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores