

Bianca Lopes
Menina em rascunho. Um dia publico minha edição definitiva.
2002-07-11 Rio de Janeiro
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História natural de uma paixão
No início, um entrelaçar sutil de olhares
Dedos que às vezes queriam tocar
Sem saber exatamente como ou porquê
Um abraço singelo
Um sorriso tímido
Um sopro inocente
De amor juvenil
Que foi crescendo
E de criança magricela
Tornou-se mulher
Uma mulher que observava maneirismos
E sorrisos de canto de boca
Olhos que se demoravam sobre o corpo
E que queriam, com volúpia, devorar a alma
Olhos que pousavam sobre o anel de grosso ouro
(no quarto dedo)
E que escolhiam passar por cima
Inebriando a consciência que outrora falava
E fantasiava
Sem perceber, passou a decorar cada passo
Em cada pedaço
Sabia cada compasso do desejo
Desejo com forma de gente
Planejava a data e hora do pecado
E de saber de cor
Cada cabelo grisalho
Passou a ter o andar mais pesado
As mãos mais soltas
Os mesmos gostos
O pensamento acelerado
E veja que engraçado
Tornou-se homem
Objeto do desejo
Já que desejava e não podia realizar
Gozava em se fazer notar
Pela semelhança nos maneirismos
Nas sutilezas da inteligência
E, mesmo na fala, a cadência
Dizia que era inspiração
Pelo outro, admiração
Que nada
É paixão disfarçada
Que toca e traz ao coração
A vontade de fazer-se amada
Dedos que às vezes queriam tocar
Sem saber exatamente como ou porquê
Um abraço singelo
Um sorriso tímido
Um sopro inocente
De amor juvenil
Que foi crescendo
E de criança magricela
Tornou-se mulher
Uma mulher que observava maneirismos
E sorrisos de canto de boca
Olhos que se demoravam sobre o corpo
E que queriam, com volúpia, devorar a alma
Olhos que pousavam sobre o anel de grosso ouro
(no quarto dedo)
E que escolhiam passar por cima
Inebriando a consciência que outrora falava
E fantasiava
Sem perceber, passou a decorar cada passo
Em cada pedaço
Sabia cada compasso do desejo
Desejo com forma de gente
Planejava a data e hora do pecado
E de saber de cor
Cada cabelo grisalho
Passou a ter o andar mais pesado
As mãos mais soltas
Os mesmos gostos
O pensamento acelerado
E veja que engraçado
Tornou-se homem
Objeto do desejo
Já que desejava e não podia realizar
Gozava em se fazer notar
Pela semelhança nos maneirismos
Nas sutilezas da inteligência
E, mesmo na fala, a cadência
Dizia que era inspiração
Pelo outro, admiração
Que nada
É paixão disfarçada
Que toca e traz ao coração
A vontade de fazer-se amada
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