RECORDAÇÃO
Nesta água da verdade, tão distantes estão os anos
Que
me salvaste do abismo e de emoções tenebrosas
Recolhendo
no teu regaço as lágrimas de muitos danos
Brotadas
por tantos enganos, suavizado por rosas.
Refletido
nesta água vê o teu rosto ardente
Vejo
o teu olhar sereno, no pedido que me fizeste
Comissura
nos teus lábios, que sorriam docemente
No
adeus permanente, do ultimo beijo que me deste.
No
torvelinho desta água, vejo e relembro o passado
A
dor que me vara o peito, nas lágrimas colhidas no manto
E
a etérea palidez da saudade, vincada no esgar do teu pranto.
Num
olhar profundo, colocamos o adeus num ósculo puro e amado
Esperando
para além da morte, para além dos nascimentos
Que
o crepúsculo do ocaso reencontre os nossos sentimentos.
João Murty
Escritas.org