Bianca Lopes

Bianca Lopes

Menina em rascunho. Um dia publico minha edição definitiva.

2002-07-11 Rio de Janeiro
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Domingo (de versos soltos)

Escorre lá fora uma chuva fina
E molhada
No lado de dentro, me vejo sem saídas
Encurralada

Entre a cruz e a espada
A boca cala, a mente grita
No sofá da sala
Sem pretensões, com as pernas para cima

Andando de um lado para o outro
Fingindo que a casa é infinita
Sinto dor de cabeça, mas não tomo remédios
Prefiro lançar meus olhos sobre os prédios

Vejo uma menina fazendo manha
Chora para não comer brócolis
Acho engraçada a reclamação barulhenta
De algo feito especialmente para ela: a birrenta

Uma vez tive um amor
Que não foi feito para ser meu
Esperneava porque queria engoli-lo mesmo assim
Daí a minha diferença para a criança do choro-sem-fim

Já fui também uma mosca
Que pousava nas sopas alheias
Bebia um pouquinho de cada prato
Voava incomodando por aí, nunca satisfeita

Me convenço de que a chuva diminuiu
E que posso comprar meus cigarros (de filtro vermelho)
Fumar faz mal para a saúde
E eu só faço mal para a imagem refletida no espelho.
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