Sangra sem ferir, fere sem tocar
a solidão surge
em sua própria ausência
sangra sem ferir
por tanto sangrar, seca
e derrama
sem ter onde cair
moinho que se movimenta
sem ser banhado
sumo que derrama
sem ter transbordado
diamante que quebra
por fora está ileso
por dentro está rachado
a solidão mente
sem nada ter dito
mentira tal qual fere
sem tocar
pousa em sua miséria
sem ter onde pousar
mentira é uma cama macia
verdade é solo duro
solidão é chave precisa
tumulto é prisão no escuro
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