Rios e Neblinas
A vida escorre como um rio breve,
Que em curvas some, sem rastros deixar,
Seu brilho dança, mas logo se perde,
No mar do tempo, sem se ancorar.
O corpo é terra que o vento corrói,
Frágil castelo de areia ao léu,
Cada suspiro, uma folha que cai,
Levando sonhos ao ermo céu.
A alma é um vórtice em brumas densas,
Um eco incerto no espaço e além,
Um lampejo em névoas imensas,
Que busca sentido onde nada vem.
E o que nos guia nesta jornada,
Onde a fortuna se esvai no chão?
A chama eterna, a luz velada,
Da filosofia em nossa mão.
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