Toda nudez será castigada
Vagando nua
Como é levado este Deus, meu!
Que brinca de pique-esconde, comigo!
E a terra continua vazia e nua...
E o espírito de Deus era levado...
No meu corpo que é de terra
Adornos de grife me encobrem
Ainda assim sinto-me nua!
O que vejo, não sou eu!
Vejo pobreza de viço
Falta um brilho...
Um toque de purpurina?
Talvez... Talvez...
No meu corpo que carrego
Aonde vou... Lá esta ele!
Ele fala o que quer
De tudo ele se encarrega
Ele é que me carrega
Nem se quer me dá ouvidos!
Bem na frente de todos e sem vergonha.
Embusteiro...Oh, mentiroso!
Tal qual sombra espelhada
Nas águas que são levadas estou eu, imóvel, sendo levada!
Naufrago sem me molhar
Quem sai na chuva é meu corpo!
Como pode a minha terra, tão regada, adornada e travestida...
Chegar primeiro que eu?
E nada nem ninguém me vê, além dele!
E tudo é um aparente ser, fazer e ter!
Mas que pobreza de vida rica é esta?
Vida nua! Terra nua!
Envergonhada e despida
Diante de tão pobre mente
Que Deus me valha e me valide!
Não o meu corpo... Nem minha terra... Nem a nação!
Como sair desse escuro abismo...
Como comandar a terra a mim prometida?
teka barreto
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