quando se cruza com o meu…
o teu olhar…
já nada sei que lhe dizer!
de peito transbordando de o sonhar,
vejo-o, triste, agora em mim morrer.
sigo o caminho adiante…
para trás,
deixo ficar fragmentos de um emaranhado nó.
e as mãos; suspensas por um instante,
nesse desejo,
que o tempo vai cobrindo com o seu pó...
impacientes; esperam-me outros desejos.
inconsequentes,
na efemeridade dos seus caprichos.
ao longe, vislumbro promessas de novos beijos;
e aos meus instintos,
reconheço-lhes a natureza dos bichos.
sim! um bicho é aquilo que eu sou!
animalesco predador…
tortura-me cada corpo que com o meu não suou;
e só num corpo saciado faço nascer o amor…
nas mãos; trago esculpida a forma imperfeita,
de um prazer que se promete eterno.
e o destino, que aos solavancos se ajeita;
alterna-me entre o paraíso e o inferno.
mas…
na esconsa memória dos muitos que sou,
não esqueço o afecto nos teus gestos dissimulado.
breves momentos que tempo já dissipou;
deixando-me o amargo sabor dum sonho amputado.
leal maria (todos os direitos reservados)
sonho amputado
lealparaquedista@sapo.pt
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