no teu olhar há uma interrogação
sobre a natureza das coisas onde te perdeste.
olhas…
e vês disforme a sombra que te desenha no chão.
e tens consciência que nela te reconheceste
é numa súplica desesperada,
que procuras agarrar a esperança que há muito te fugiu.
e a vida… em ti já tão baralhada;
nega-te o futuro que a poucos permitiu.
mas recusa essa mortalha de desespero…
vem… segue-me como antes!
que pela vontade vou em busca do que quero;
e a vida,
é-me eterna nos seus breves instantes.
olha mais adiante…
olha p´ra lá daquilo que te querem deixar ver.
cerra os punhos numa demonstração de raiva;
que viver de cócoras é o pior morrer.
quantos semblantes por ti se emudeceram!?
que dores se aumentaram com a tua tristeza!?
nenhumas lágrimas por ti se enterneceram;
e pouco lhes importa a tua sensível natureza .
tira do rosto o que em teu coração se sente!
dissimula no olhar essa ânsia que te consome!
somente nos reconhecerão quando lhes ferrarmos o dente…
nas suas carnes golpeadas é que nos descobrirão o nome!
leal maria (todos os direitos reservados)
no teu olhar que me interroga
lealparaquedista@sapo.pt
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