

Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Partida
Partirei um dia qualquer,
Triste e dorido com a vida,
Não sei se poderei ousar sequer,
Levar para a morte a alma perdida.
Cedo ou mais tarde estarei de partida,
Levarei comigo o silêncio da vida,
Com certeza lembranças da música ouvida,
O verde dos bosques e o mar de guarida.
Montanhas que ousaram chegar ao céu,
Cobertas de neves eternas geladas,
Contaram-me um segredo quando anoiteceu,
Para lá das nuvens de chuva carregadas.
Que as estrelas todo o dia brilhavam,
Fazendo sempre muita companhia,
Ora duma roda de fogo nasciam,
Ora morriam num buraco negro em agonia.
Com as estrelas irei ter um dia,
Quando o destino reunir a irmandade,
De acordo com tudo o que previa,
Encarnarei um raio de luz em liberdade.
Lx, 1-4-2004
Triste e dorido com a vida,
Não sei se poderei ousar sequer,
Levar para a morte a alma perdida.
Cedo ou mais tarde estarei de partida,
Levarei comigo o silêncio da vida,
Com certeza lembranças da música ouvida,
O verde dos bosques e o mar de guarida.
Montanhas que ousaram chegar ao céu,
Cobertas de neves eternas geladas,
Contaram-me um segredo quando anoiteceu,
Para lá das nuvens de chuva carregadas.
Que as estrelas todo o dia brilhavam,
Fazendo sempre muita companhia,
Ora duma roda de fogo nasciam,
Ora morriam num buraco negro em agonia.
Com as estrelas irei ter um dia,
Quando o destino reunir a irmandade,
De acordo com tudo o que previa,
Encarnarei um raio de luz em liberdade.
Lx, 1-4-2004
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