Pena querida
pena infinita.
Porque devo cumpri-la?
Porque devo segui-la?

Sou só mais uma peça,
mas qual o meu papel nesse jogo?
Será que serei derrubado,
ou serei só mais um tolo?

Tolo de crer que sou mais do que sou,
que sou a peça mais importante,
que tenho o papel principal,
daquele livro em minha estante.

Um poder nos quer dominar
carregar consigo diversos seguidores.
Uma ideologia maldosa
que destruíra os nossos amores.

Os superiores buscam o maior 
os inferiores ficam com o menor.
O caminho do mal é fascinante,
já o do bem, não é relevante.

Em uma empresa, há uma hierarquia
onde temos chefes e puxa sacos.
Vale meu Deus não ser um deles,
pois me contento com meu barraco.

Alguns se sentem o que não são
outros, se iludem com seu poder.
Poder não sei do que,
se só sabem nos espremer.

Trabalhamos feito escravos
para embelezar sua Marinete.
Ele dá o poder ilusório a uns
para nos formar, suas marionetes.

Suas filhas andam como princesas,
seus empregados como escravos.
Elas recebem fortunas sem fazer nada,
nós lutamos todo dia pelo nosso salário.

Corremos risco de ser mortos
por assaltantes ou outro louco qualquer.
Se morrermos com uma bala na cabeça
nossas famílias ganharam alguns, tapuer.

No interior do tapuer há dinheiro,
algo que servirá para abafar.
Seus funcionários não valem nada,
mas deles vieram o que ele desejou ganhar.

Essa pirâmide vai continuar.
Até quando? - Acho que sempre.
Ele continuará no topo
e nós, presos em sua corrente.

por Stefen Hermenegildo