Kliver Silva

Não existe palavra, não, não existe.
Palavra que possa mostrar, descrever.
Que possa apagar o tempo e reescrever.
Que possa dar uma categoria, que possa revelar.
Que eu possa escrever.

O indescritível não deveria existir.
Deveria ser apagado, recluso, destruído.

Renegado com o tempo.
Reescrito com letras apagadas.
Caindo em uma simples repetição .
Um ciclo eterno, maldito.

Cada palavra com sua única ortografia
Cada letra com seu único jeito
Datilografada, codificada, simplesmente exposta.
Não consegues ver, não consegues sentir
Não consegue tocar, não consegue escrever.

Pois quando as palavras se perderem
Quando as letras bagunçarem
E quando o mundo apagar, recomeçar
As palavras estarão montadas
e as letras serão reescritas
Reiniciando mais uma vez o ciclo
De maldição ao vazio.

O quanto gostaria de escrever-te o que sinto
Mas reconheço que não consigo palavras para isto
Algo tão intenso ainda não pode ser descrito
Não pode ser percebido, sentido, tocado.



Imagine, por um momento.
Após ler cada estrofe
O vento assoprando folhas verdes em um belo capinzal
Feche os olhos após ler
Sinta seu coração bater
Sinta uma pequena porção do que sinto agora
Calmaria, profundo oblivio.



E então, após abrir os olhos.
Imagine a glória dos céus
Como uma estrela que consome toda sua energia
destruindo a si mesma
se tornando algo belo,
algo que dá vida a outras estrelas
Perfeita e magnífica nebulosa.


Sinta, escute o canto suave do pássaro
Sinta, escute a suave melodia que te agrada
Sinta a folha cair da arvore
O calor do sol tocando suavemente seu rosto
Sinta, pense, imagine aquele doce beijo
Aquele apertado abraço, te dado por quem ama
Imagine, A lua repleta de estrelas ao seu redor
Seu doce sorriso se formar
Seu espírito acalmar
E sua força retornar.